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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

No Paraná, 65% das escolas pedem mudança para modelo cívico-militar em consulta

Governador Ratinho Jr. (PSD) pretende promover a troca em 82 instituições; 44 escolas rejeitaram

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São Paulo

Consulta pública promovida pelo governo Ratinho Junior (PSD) mostrou que 65% das escolas do Paraná querem passar para o modelo cívico-militar. Das 126 escolas estaduais consultadas, 82 preferiram a mudança de formato, enquanto outras 44 preferiram continuar no modelo tradicional.

Realizada na terça (28) e na quarta-feira (29), a votação envolveu professores, funcionários, pais de alunos e estudantes com mais de 16 anos das instituições.

Com o resultado, a administração estadual vai realizar a troca de modelo nas 82 instituições a partir de 2024. A meta é alcançar 400 instituições comandadas por policiais —atualmente são 194.

Ratinho Junior (PSD) durante a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Paraná - Roberto Dziura Jr-19.fev.2023/AEN

Em julho, quando o Ministério da Educação de Luiz Inácio da Lula da Silva (PT) decidiu descontinuar o programa federal, o governador do Paraná anunciou que manteria o projeto estadual que surgiu por inspiração no que foi lançado em 2020 por Jair Bolsonaro (PL), de quem ele foi próximo nos últimos anos.

Com a descontinuidade do programa nacional, o governo do Paraná decidiu assumir as 12 instituições federais e chegará a 206 colégios no modelo cívico-militar em 2024, além das 82 que optaram pela mudança. Em 2019, quando Ratinho Júnior assumiu, o Paraná possuía sete colégios da Polícia Militar.

Além de uniformes específicos do programa estadual entregues aos alunos e da presença na escola de monitores ligados ao "Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários", outro diferencial da escola cívico-militar é a carga horária curricular. Há aulas extras de Português e de Matemática, além de aulas de Civismo e Cidadania.

De acordo com os dados da Seed (Secretaria de Estado da Educação), as escolas cívico-militares tiveram um avanço maior nas notas do Ideb, entre 2019 e 2021, na comparação com o desempenho das escolas regulares e integrais no mesmo período.

Em nota, o APP-Sindicato, que representa os professores do estado e se opõe ao modelo cívico-militar, diz que a consulta teve "condução autoritária", sem prazo para debate nem espaço para contraditório. Também afirma que aumentou a rejeição ao modelo cívico-militar, pois em 2020, em outra consulta, 12% das comunidades escolares recusaram a militarização.

Sobre o Ideb, diz que o suposto desempenho superior das escolas cívico-militares se deve à inexistência do ensino noturno nesses colégios, modalidade que teria índices maiores de infrequência e evasão. O sindicato também afirma que as escolas militarizadas já apresentavam Ideb abaixo da média e, por isso, têm maior margem de evolução frente ao índice geral da rede.

Ratinho Junior tem flertado com a possibilidade de se lançar na disputa pela Presidência em 2026 como representante de um bloco político da direita, formado também por nomes como Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), entre outros.

Como parte dessa estratégia, ele tenta emplacar as escolas cívico-militares e também as privatizações como marcas de sua gestão.

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