Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Plataforma usa Black Friday para vender tratamento com cannabis medicinal
Anvisa diz já ter emitido resolução contra propaganda da Cannect; empresa diz que 'ajustes' são normais
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As onipresentes promoções da Black Friday são uma das portas de entrada para a Cannect, plataforma que se apresenta na internet como "único e maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina".
Por meio do site, pessoas interessadas em tratamentos com cannabis para males que vão da insônia ao Parkison podem marcar consultas online com mais de 3.000 médicos parceiros da plataforma.
A plataforma ajuda o paciente a preencher os formulários para pedir autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a importação dos remédios, faz a intermediação com laboratórios do exterior e acompanha o paciente com uma equipe de enfermeiros especializados, sempre online.
A Cannect oferece na Black Friday R$ 75 de desconto na consulta médica e descontos progressivos no frete e em "produtos selecionados", não nos medicamentos.
"Você já deve ter recebido o anúncio daquela televisão que estava procurando, da roupa para passar o final do ano", diz email promocional enviado pela plataforma. "Descontos como os de hoje só aparecem uma vez por ano, cuidar da saúde é algo para a vida inteira".
Procurada pelo Painel, a Anvisa diz que seria preciso uma análise técnica para verificar se há problema em usar a Black Friday para seduzir pacientes, mas relata já ter publicado resolução proibindo a propaganda e comércio de produtos pela Cannect anteriormente.
Não há irregularidade, todavia, no trâmite de obter uma receita e em seguida contar com ajuda do site para mediar o pedido de autorização com a Anvisa.
Para o CEO da empresa, Allan Paiotti, 52, os entraves com a Anvisa são "ajustes naturais do início da operação", dado que a empresa foi fundada em 2021. Desde então, relata ter atendido a mais de 35 mil pacientes. A ideia é ser "uma espécie de Amazon" dos produtos derivados da cannabis.
Segundo ele, o Brasil tem o potencial de movimentar R$ 10 bilhões em 5 anos em tratamentos com a substância.
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