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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Ex-comandante da Aeronáutica agora curte posts sobre 'presidente sem fã-clube' e fim da polarização

Chamado de 'traidor da pátria' por Braga Netto, Carlos Baptista Jr. foi criticado no passado por militância a favor de Bolsonaro nas redes

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Atacado pelo general Walter Braga Netto por não ter aderido a planos golpistas em 2022, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Baptista Junior passou a curtir, nos últimos dias, mensagens que elogiam sua postura no episódio e publicações sobre retorno à "normalidade de ter presidente sem fã-clube" e fim da polarização política no país.

Baptista Junior foi chamado de "traidor da pátria" pelo ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), enquanto o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, foi chamado de "cagão".

"Senta o pau no Batista Junior [sic]. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feita [sic] e ele fechado nas mordomias", escreveu Braga Netto, segundo a PF. "Traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família", acrescentou.

Tenente-Brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior durante audiência pública na Câmara dos Deputados - Marcelo Camargo / Agência Brasil

"Se não desmontarmos a polarização, não há saída", diz uma das mensagens curtidas por Baptista Junior. "Quando vamos voltar à normalidade de ter presidente sem fã clube. Nações normais são assim", afirma outra.

O ex-comandante da Aeronáutica também curtiu mensagens de pessoas que o parabenizaram "pela posição de respeito ao povo brasileiro" e "por ter se mantido firme no dever constitucional".

"A democracia admite neutralidade, mas ter lado político-ideológico com observância das regras, faz parte do jogo. O Senhor está de parabéns pela firmeza com que as observou", escreveu outro usuário que teve a postagem curtida.

Além dessas, ele também curtiu uma mensagem da ex-deputada estadual Janaina Paschoal que afirma que "apoiadores do atual governo erram ao atribuir a pecha de golpistas aos militares de forma genérica" e que "as Forças Armadas existem para evitar aventuras autoritárias em nosso país".

Na sexta-feira (9), o tenente-brigadeiro do ar publicou em suas redes sociais uma mensagem em que reagia ao conteúdo revelado pela investigação da Polícia Federal.

"‘A ambição derrota o caráter dos fracos. Aliás ... revela’. Já tendo passado dos 60 anos, não tenho mais o direito de me iludir com o ser humano, nem mesmo aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições", escreveu o ex-comandante da Aeronáutica.

Nas semanas anteriores, Baptista Júnior concentrava suas curtidas no X em postagens críticas à atuação da PF e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Durante o governo Bolsonaro, ele foi criticado por apoiar postagens em apoio ao então presidente. O regulamento disciplinar das Forças Armadas considera transgressão a manifestação sobre assuntos de natureza político-partidária por militares da ativa.

Baptista Junior também foi criticado após ter curtido publicação em que a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) dizia ter ouvido dele em reunião que estava "honrando seu voto". Ele foi alvo de denúncia no Ministério Público Militar por sua "constante militância política" nas redes sociais", mas o processo foi arquivado em menos de um mês, sem a realização de diligências.

Em entrevista ao jornal O Globo em 2021, ele chegou a dizer que uma nota enviada pelos comandantes das Forças Armadas e Braga Netto ao presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), era um "alerta às instituições" e que não enviariam 50 notas. Questionado se a afirmação era uma tentativa de intimidação, ele respondeu que "homem armado não ameaça".

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