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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Área técnica do TCU propõe suspensão de seleção de movimentos sociais na Saúde

Programa propõe formação de agentes de promoção do SUS em parceria com movimentos, muitos deles alinhados ao governo Lula

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A AudSaúde, unidade de auditoria especializada em saúde do TCU (Tribunal de Contas da União), propôs à corte que determine à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) a suspensão da chamada pública para seleção de movimentos sociais populares para a execução de ações do programa do AgPopSUS.

O órgão também pediu à gerência regional de Brasília da Fiocruz que, dentro de 15 dias, dê acesso integral à documentação apresentada pelos movimentos sociais e às avaliações realizadas pela comissão de seleção no período entre a nomeação dos membros, em 7 de junho deste ano, e a divulgação do resultado preliminar, no dia 10 de junho. Além disso, solicitou critérios de admissão dos movimentos sociais.

O AgPopSUS foi criado em agosto de 2023 para formar agentes populares de promoção do SUS em comunidades carentes, em parceria com movimentos sociais. Como mostrou o Painel, o Ministério da Saúde pretendia firmar parceria com movimentos sociais, muitos deles alinhados ao governo Lula (PT) e outros considerados radicais de esquerda, para atuar no AgPopSUS. O orçamento previsto é de R$ 23,7 milhões.

Paciente faz exames para detecção de dengue em UPA na região de Itaquera - Folhapress

O programa foi questionado junto ao TCU pela bancada federal do Partido Novo. Em nota técnica, a AudSaúde analisou justificativas dadas pela Fiocruz em resposta a questionamentos. A fundação afirmou que não haveria previsão de repasses financeiros de apoio aos movimentos sociais no AgPopSUS porque o apoio seria condicionado única e exclusivamente à realização e ao desenvolvimento das turmas do programa.

A área técnica afirmou, no entanto, que o edital trazia a previsão de que as propostas classificadas recebessem um apoio de R$ 6.000 por turma, repassados por meio da Fiotec (Fundação de apoio à Fiocruz) ao proponente do movimento social popular.

A AudSaúde também chamou atenção para o fato de a comissão de seleção "aparentemente ter efetivado a avaliação de toda a documentação, dos 24 movimentos nacionais e dos 155 estaduais" no curto período de 7 a 10 de junho, quando o resultado preliminar foi divulgado.

Um dos pontos questionados foi o item no edital que vetava participação de grupos que propagam fake news. A AudSaúde criticou o fato de não ter ficado explícito o parâmetro usado para confirmar se determinada notícia é verdadeira.

Também não havia indicações de métrica para diferenciar as eventuais ações dos movimentos sociais que contribuíram para a propagação de notícias verdadeiras daquelas que não contribuíram. Isso, segundo a unidade, evidenciaria "a subjetividade necessária para que se decida sobre o enquadramento de uma determinada postagem no quesito."

Placa em clínica com o símbolo do SUS (Sistema Único de Saúde) em Irajá, no Rio de Janeiro

Outro fator questionado é a ausência da metodologia de pontuação e de peso atribuído para cada item. Para a AudSaúde, o" fato de não se saber a razão para certos movimentos sociais terem obtido pontuação máxima no quesito, em detrimento de outros, sem que o responsável tenha explicado a metodologia empregada para tal limitação, deságua, necessariamente, no entendimento de que o critério de avaliação foi aplicado de maneira subjetiva, o que atenta contra a impessoalidade, a isonomia e a imparcialidade, prática incompatível com as regras dos certames públicos."

A auditoria fala ainda sobre receio de grave lesão ao erário e ao interesse público, "visto que a seleção de movimentos sociais e de educadores com base em critérios subjetivos, bem como por meio de exigências brandas com relação à qualificação técnica para formação em saúde, além da ineficácia e possível desperdício de recursos públicos em quantias significativas, pode causar danos consideráveis à saúde de populações vulneráveis, como no caso das periféricas urbanas e as rurais."

No entanto, avaliou que não demonstrado o perigo da demora reverso, visto que o responsável deixou de comprovar ou justificar as razões ensejadoras do alegado impacto técnico e econômico.

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