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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Homem que doou R$ 25 mil para Marçal confessou golpe com R$ 2.000 em notas falsas

Vitor Alonso admitiu ter participado de compra de celular com cédulas falsas em acordo com o MPF

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São Paulo

Responsável por uma das maiores doações da campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, o empresário Vitor Augusto Ferreira Alonso, 25, transferiu R$ 25 mil via Pix para a candidatura do influenciador.

No começo do ano, no entanto, ele assinou um acordo com o Ministério Público Federal no qual confessou participação em um golpe que envolveu uso de R$ 2.000 em cédulas falsas para a compra de um celular.

Procurados pelo Painel, Alonso e a campanha de Marçal não se manifestaram.

Em maio de 2017, o aposentado Everton Martins, então com 61 anos, registrou um boletim de ocorrência no qual disse que recebeu R$ 2.000 em cédulas falsas de Vitor na venda de um celular que pertencia à sua filha em Águas Claras, região do Distrito Federal.

Candidato Pablo Marçal (PRTB) durante evento de campanha em São Paulo - AFP

No dia seguinte, a esposa de Martins avistou Alonso por acaso na rua e avisou o marido, que o abordou. Vitor estava com a caixa do telefone da filha de Martins, dentro da qual havia um tijolo cortado no formato de celular, envolto em uma capa própria para o aparelho. Martins então levou Alonso até a delegacia.

Em depoimento na delegacia, segundo o boletim de ocorrência, Alonso disse que um amigo chamado Phelipe solicitou a ajuda para comprar um celular com dinheiro falso. Ele aceitou a proposta, com a expectativa de dividir o dinheiro da venda do aparelho posteriormente.

Em 2020, em depoimento à Polícia Federal, Alonso deu outra versão e disse que apenas acompanhou Phelipe no encontro em que Martins recebeu o envelope com dinheiro falso, mas não sabia do crime. Ele falou também que estava com o tijolo porque havia sido vítima de um golpe, mas não soube identificar quem teria sido o autor.

No entanto, o aposentado disse em seu depoimento que não conhecia Phelipe e que seu encontro havia sido somente com Vitor, de quem teria recebido o envelope com as cédulas falsas. Ele reconheceu Vitor, e não Phelipe, em fotografias apresentadas a ele.

Em fevereiro de 2024, Alonso e o MPF assinaram um acordo de não persecução penal, no qual o investigado se comprometeu, entre outras coisas, a confessar o crime. A Justiça homologou o acordo em abril, extinguindo o processo.

Reportagem da Folha mostrou que Alonso recebeu auxílio emergencial na pandemia. Ele disse que o benefício foi pedido em seu nome sem que ele soubesse. Falou ainda que fez um boletim de ocorrência e devolveu os valores. O empresário declarou não conhecer Marçal.

Até o fim de 2022, ele era dono de uma microempresa de produtos digitais em Brasília. No ano seguinte, abriu uma nova empresa de consultoria em tecnologia da informação com capital social de R$ 20 mil em Alphaville, bairro localizado entre os municípios de Barueri e Santana do Parnaíba, na região metropolitana da capital paulista, onde funcionam alguns dos principais negócios de Marçal. Alonso também declarou à Justiça que atualmente mora em Alphaville.

Outras doações à campanha de Marçal saltam aos olhos, mostrou a Folha. Danecleide Claudia da Silva, moradora do Jardim Lidiane, favela rente à marginal Tietê, no Limão, zona norte de São Paulo, também transferiu R$ 25 mil. Ela recebeu auxílio-aluguel até março de 2022, quando foi selecionada como beneficiária de um conjunto habitacional.

A lei eleitoral determina que doações de pessoas físicas não podem ultrapassar 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição

As cifras chamam atenção num contexto em que o influenciador já foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em julho do ano passado, sob suspeita de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e apropriação indébita nas eleições de 2022, quando foi pré-candidato à Presidência da República e candidato a deputado federal, mas acabou tendo o registro indeferido pela Justiça Eleitoral.

Segundo a apuração da PF, Marçal e um sócio dele fizeram doações à campanha do influenciador e parte desses valores foi remetida às próprias empresas das quais são sócios por meio do aluguel de veículos e aeronaves.

Sobre o tema, Marçal disse que não praticou ilícito e que a campanha não foi paga com dinheiro público, mas com doações e recursos próprios.

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