Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Lei das Licitações avança em controle de corrupção, avaliam especialistas
Próxima a ser sancionada, medida incorpora aspectos ambientais e sociais nas compras públicas
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Com a iminência da nova Lei de Licitações, as empresas devem se preparar para regras mais abrangentes na participação em grandes obras públicas neste ano. As vencedoras de concorrências acima R$ 200 milhões passam a ter seis meses para incorporar programas de controle de corrupção. Também serão valorizados nos critérios dos editais aspectos ambientais e sociais. O setor privado, no entanto, considera a lei tímida para a desburocratização nas compras públicas.
Para Valdir Simão, ex-ministro da CGU e sócio no escritório Warde Advogados, o prazo de adequação é positivo. Se não existisse ou fosse mais curto, empresas poderiam ficar de fora da disputa.
A existência de um programa de integridade, relativo a controles internos de corrupção, passou a ser um dos critérios de desempate e será levada em conta para reduzir eventuais sanções às companhias, diz Thiago Sombra, do Mattos Filho.
Especialistas também esperam que a lei impulsione a adoção de critérios ambientais e sociais nos editais. A razão é a presença do desenvolvimento nacional sustentável como uma das diretrizes das licitações citadas na lei, segundo Lucas Sant’Anna, do Machado Meyer.
Apesar dos avanços, o projeto, que precisa de sanção presidencial, é considerado opaco pelo setor privado em relação à desburocratização nas compras públicas. É visto como uma “repaginação já desatualizada da Lei 8.6666”, de acordo com Bruno Aurélio, do Demarest.
Paula Soprana (interina), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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