Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Propaganda do chocolate Snickers sai do ar na Espanha após repercussão sobre homofobia

Vídeo gerou reação de consumidores, entidades LGBTQIA+ e ministra da Igualdade do país

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São Paulo

A marca de chocolates Snickers na Espanha se desculpou publicamente e retirou um anúncio do ar nesta semana após uma onda de indignação de redes sociais e representantes da comunidade LGBTQIA+ no país, que chamaram o anúncio de homofóbico.

A propaganda mostra o influenciador espanhol Aless Gibaja, com cabelos longos e vestido de roupas cor de rosa. Ele pede um suco de laranja ao garçom e lhe servem um sorvete Snickers. Após a primeira mordida, Gibaja se transforma em um homem barbudo com voz grave.

O amigo do protagonista então lhe pergunta se ele está melhor. "Melhor", responde o homem. No final, o anúncio mostra a mensagem: "Você não é você quando está com fome".

A ministra de Igualdade da Espanha, Irene Montero, reagiu publicamente à campanha. "Eu me pergunto para quem pode parecer uma boa ideia usar a homofobia como estratégia de negócios", escreveu na internet nesta quinta-feira (5).

Depois da ampla repercussão negativa, a Snickers na Espanha publicou um comunicado. A marca da fabricante Mars disse, nesta quinta-feira, que leva a sério os direitos de igualdade e inclusão.

"Em nenhum momento tivemos a intenção de estigmatizar ou ofender qualquer pessoa ou grupo. Mais uma vez, lamentamos qualquer mal-entendido e, para evitar a divulgação de uma mensagem que possa ser mal interpretada, faremos imediatamente a remoção da campanha", afirmou.

Para divulgar os Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Comitê Paralímpico Brasileiro, por meio da Agência África e em parceria com a Revista Vogue, colocou os atores Cléo Pires e Paulinho Vilhena "na pele" de atletas paralímpicos usando photoshop num ensaio fotográfico. A campanha foi criticada por não se protagonizada pelos próprios atletas paralímpicos.. Reprodução/

Num dia, um vídeo íntimo da apresentadora aparece na internet. No outro, a própria Sabrina divulga um vídeo explicando que aquilo era parte de uma campanha de conscientização sobre o vazamento de imagens íntimas na internet. E mais tarde, descobriu-se que tudo não passava de uma campanha do absorvente Always. A estratégia foi considerada contraditória.. Reprodução/

Também em 2017, a grife frnacesa Saint Laurent recebeu uma onda de protestos ao veicular uma campanha com modelos em poses consideradas "degradantes" para as mulheres e extremamente sexuais. . Reprodução/

Em junho de 2016, uma campanha da Aspirina foi premiada com um leão de bronze em Cannes, o maior prêmio da publicidade mundial. A notoriedade do prêmio também trouxe muitas críticas à peça por, supostamente, comparar a filmagem e a divulgação de vídeos íntimos a uma simples dor de cabeça.. Reprodução/

"Se a sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa", dizia um post de Dia das Mães das Lojas Maria no Instagram. A peça não seria um problema se não fosse uma piada com o caso do triplex do Guarujá, atribuído ao ex-presidente Lula. Em sua defesa, Lula disse que o apartamento não era seu porque Marisa Letícia, sua falecida esposa, não teria gostado do imóvel.. Reprodução/

A chamada de "Operação Rodovida", do Ministério dos Transportes, pretendia mostrar que até mesmo cidadãos considerados modelos poderiam matar alguém no trânsito ao falar ao celular, dirigir embriagado ou acima dos limites de velocidade. Os anúncios, veiculados no começo de 2017, foram considerados de mau gosto e de difícil compreensão.. Reprodução/

Em 2014, uma campanha do Dia Internacional da Mulher da rede de departamento Riachuelo teve repercussão negativa ao mostrar mãos negras vestindo colares e sapatos numa mulher branca. Criticada por explicitar a relação de servidão entre negros e brancos e, portanto, o racismo, o comercial foi excluído do Facebook da marca.. Reprodução/

Em agosto de 2017 o próprio Conar, órgão de autoregulamentação publicitária, foi alvo de reclamações após colocar no ar uma campanha que mostrava, por exemplo, um casal homoafetivo e um casal hétero tomando café da manhã em quadros lado a lado. "Já pensou se todo comercial tivesse que agradar todo mundo? Por isso que existe o Conar: para separar o que é gosto pessoal do que é ofensivo e ilegal", dizia o narrador. O próprio conselho de ética do Conar reprovou a peça por entender que ela desmerece a luta de movimentos ligados à diversidade social.. Reprodução/

Para divulgar a inauguração da sua Linha 4-Amarela, o Metrô Rio criou o slogan "ligando a cidade de ponta a ponta" em referência ao trajeto dos trens, que vão da zona norte (subúrbio) à Barra (alto padrão). No entanto, a peça foi acusada de reforçar a segregação racial e social da cidade ao colocar um casal branco numa das pontas e, na outra, um casal negro.. Reprodução/

Em outubro de 2017, a Dove veiculou um comercial que mostrava uma mulher negra se "revelando" branca após usar um sabonete da marca. Acusada de racismo, a Dove se desculpou e retirou a campanha do ar.. Reprodução/

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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