Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Pfizer recolhe remédio antitabagista nos EUA por causa de composto cancerígeno
Farmacêutica já havia interrompido a distribuição mundial do Champix em junho
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A Pfizer vai recolher todos os lotes do Champix, um dos principais medicamentos usados no combate ao tabagismo, distribuídos nos Estados Unidos depois de observar níveis acima dos aceitáveis de nitrosamina, um composto químico cancerígeno.
É comum encontrar a substância em pequenas quantidades na água, em alimentos grelhados e vegetais, mas a presença em remédios gera alerta.
Segundo a farmacêutica, os produtos fornecidos a atacadistas e distribuidores dos EUA entre maio de 2019 e setembro de 2021 devem ser recolhidos imediatamente.
A multinacional já retirou do mercado americano alguns lotes do Champix em julho e agosto deste ano e interrompeu a distribuição mundial do medicamento em junho.
A Pfizer diz que não há risco imediato para os usuários do Champix, mas pede para os pacientes consultarem seus médicos e encontrarem tratamentos alternativos.
Por aqui, o abastecimento do Champix já tinha sofrido outros gargalos antes de a Pfizer suspender a distribuição em junho neste ano. Em 2020, a farmacêutica avisou o mercado brasileiro que o remédio passaria por um desabastecimento temporário por causa de uma questão na burocracia regulatória.
Além disso, a presença da nitrosamina também já foi pauta da indústria farmacêutica no Brasil. Em 2019, a Anvisa recolheu 185 lotes de medicamentos de hipertensão devido à substância. No ano seguinte, mais de 250 lotes de remédio para úlcera de diversas farmacêuticas foram alvo de recall.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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