Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Setor de serviços se reúne com relator da reforma do IR para pedir que projeto não vá adiante
Associações disseram ao senador Angelo Coronel que reforma perdeu timing
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Representantes do setor de serviços se reuniram nesta sexta (15) com o relator da reforma do Imposto de Renda, Angelo Coronel (PSD-BA), para levar suas reclamações e saíram dizendo que o projeto não vai para frente.
Segundo Reynaldo Lima Junior, presidente do Sescon-SP (sindicato de escritórios contábeis), as entidades pediram que o projeto não seja levado adiante.
“Perdemos o timing das reformas. No começo do governo Bolsonaro tivemos um momento propício de discussões, mas, agora, querem aprovar [a reforma do Imposto de Renda] a toque de caixa. O projeto não tem nosso apoio”, diz.
João Diniz, presidente da Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços), afirma que o relator deu a entender que não está satisfeito em avançar com a reforma neste momento, diante da pandemia e do desagrado dos setores.
“Existe uma tendência de que essa reforma não vá caminhar. Nas entrelinhas, ele [o relator] sinalizou isso”, diz.
Para o presidente da ACSP (associação comercial), Alfredo Cotait Neto, que considera o texto “altamente prejudicial” ao setor de serviços, Coronel foi receptivo ao ouvir as críticas.
Marcel Solimeo, economista-chefe da entidade, afirma que a reforma levaria mais burocracia para a maioria das empresas, que teriam de mudar seu sistema de tributação. “A gente deveria estar discutindo os problemas reais, e não coisas que não têm urgência e ninguém estava questionando no momento”, diz.
Também participaram da reunião na sede da ACSP representantes de hospitais, transportes, direito tributário e franquias.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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