Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Lojistas divergem sobre crescimento de vendas no Natal
Associação do setor estima 10% de alta neste ano
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Como acontece todos os anos depois do Natal, os números sobre as vendas foram anunciados nesta segunda-feira (27) pelas diferentes associações de lojistas e shoppings: cada entidade divulga um desempenho diferente.
A tradicional divergência virou confusão no Natal de 2019, quando a Ablos (associação de lojas menores de shoppings) contestou os dados de crescimento mais robusto apresentados pela Alshop (que representa também as grandes redes), dizendo que as vendas tinham sido um fracasso.
A Ablos acusava a Alshop, na época, de divulgar contas sem comprovação técnica, com o risco de provocar especulação no mercado.
Depois daquele Natal, a Alshop deixou de fazer seu tradicional evento de divulgação imediatamente após a data. Segundo Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, a mudança foi feita para evitar o encontro presencial na pandemia. Ele afirma que, por ora, tem apenas uma estimativa de crescimento real de 10% para este ano.
"Não estamos preocupados com a Ablos. Não estamos incomodados com uma entidade que não tem um ano e meio de vida e vai contestar número de outra entidade que tem uma referência", diz Sahyoun.
A Ablos, que reúne marcas como Jogê, Gregory, Any Any e Side Walk, diz que está fazendo uma enquete entre os associados para apurar seu próprio resultado das vendas no Natal. Os números devem ser divulgados nos próximos dias, de acordo com a associação.
Outra entidade do setor, a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), que projeta uma alta nominal de 16% nos dias 19 a 25 em relação ao mesmo intervalo de 2020, deve apresentar seus dados na quinta (30).
Segundo a Cielo, seu índice de varejo ampliado aponta que as vendas no Natal tiveram um crescimento nominal de 11,1%. A variação compara o período de 19 a 25 de dezembro com igual intervalo do ano passado. O cálculo, que usa modelos estatísticos para refletir a atividade no comércio além do movimento de cartões, não aparece deflacionado porque não abrange o intervalo de um mês completo, conforme a empresa.
com Ana Paula Branco
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