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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Fiscalização de trabalho escravo registrou quase 2.000 vítimas no ano passado

Foi o maior número de ações fiscais da série histórica

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São Paulo

O balanço do trabalho escravo em 2021 alcançou o maior patamar da série histórica, com mais de 440 ações e 1.937 vítimas resgatadas em situação análoga à escravidão no ano, segundo levantamento do Ministério do Trabalho divulgado para o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, nesta sexta (28), instituído em homenagem aos auditores-fiscais e ao motorista mortos em 2004 na chacina de Unaí (MG), quando investigavam denúncias de abusos em fazendas.

Com quase cem empregadores fiscalizados em 2021, Minas Gerais teve o maior número de ações e também o de vítimas resgatadas (768). Na sequência estão Goiás (304) e São Paulo (147).

Com destaque para o caso de um único estabelecimento no entorno do Distrito Federal, onde 116 trabalhadores sofriam condições degradantes na extração de palha de milho para a fabricação de cigarros artesanais.

Os cultivos de café, alho e cana, a produção de carvão vegetal e o serviço de preparação de terreno, além da criação de bovinos são as atividades com maior concentração dos casos de exploração de pessoas.

Quase 50% das vítimas nasceram no nordeste e 80% se autodeclararam pretos ou pardos, ainda conforme os dados oficiais.

No total, foram 443 ações realizadas, pela primeira vez, em todos os estados, com pagamento de mais de R$ 10 milhões em direitos trabalhistas para as vítimas.

O Ministério Público do Trabalho abriu nesta sexta (28) processo contra uma associação filantrópica chamada de Casa da Paz e o pastor responsável pelo local por trabalho escravo em um sítio de Rio Claro (SP).

Segundo o processo, no lugar funcionava uma suposta comunidade terapêutica para a recuperação de usuários de drogas e álcool, e sete pessoas, duas delas com doenças psiquiátricas, viviam em condições subumanas, submetidas a jornadas exaustivas.

Depoimentos afirmam que elas tinham seus documentos retidos pelo réu e eram agredidas pelo pastor, que também ficava com os seus benefícios previdenciários.

O MPT pede que os réus sejam condenados ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos e ao cumprimento de uma série de obrigações trabalhistas. O Painel S.A. não conseguiu contato com a Casa da Paz nem com o pastor.

com Andressa Motter e Ana Paula Branco

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