Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Disparada em crédito de carbono pode virar investigação no Cade
Escalada no valor dos títulos joga pressão sobre preços de gasolina e diesel
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O Ministério de Minas e Energia pediu ao Cade que abra uma investigação para apurar indícios de infração no mercado de créditos de carbono negociados na B3.
O valor dos títulos, chamados de Cbios, disparou nos últimos meses. A alta joga pressão sobre os preços da gasolina e do diesel em um momento em que o governo tenta poupar o consumidor às vésperas da eleição.
O Cbio foi o modelo criado pelo programa Renovabio para incentivar a produção e o consumo de combustíveis menos poluentes do que os derivados do petróleo. Ele é emitido por produtores e importadores de biocombustíveis, enquanto as distribuidoras de combustíveis fósseis têm metas anuais de descarbonização e, portanto, são obrigadas a adquirir os Cbios para atingir tais metas.
A preocupação agora, a ser analisada no Cade, é se a distribuidora de combustíveis compraria certificados acima de sua meta em acordo com produtores de etanol e de biodiesel. Assim, tais distribuidoras elevariam o preço dos certificados para forçar suas concorrentes a pagar mais por eles.
No início do ano, distribuidoras de combustíveis de médio porte pediram intervenção do governo no mercado de Cbios, mas não foram atendidas. Elas já reclamavam da escalada das cotações, já que a compra obrigatória dos títulos impacta os custos do segmento.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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