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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Juros futuros sobem com política social de Lula

Investidores apostam em alta inflacionária com programa econômico do presidente eleito e já negociam papéis com juros mais elevados

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Brasília

O governo nem começou, mas os investidores que operam com títulos atrelados à Selic, a taxa básica de juros da economia, tentam ganhar dinheiro em cima da política social de Lula.

Com a PEC da Transição, que prevê mais despesas públicas para financiar políticas assistencialistas, o mercado passou a negociar os papéis de renda fixa com juros mais elevados.

A avaliação desse grupo é que a expansão dos gastos em medidas de socorro aos mais necessitados levará a mais consumo —o que pressionará a inflação, levando o Banco Central a elevar a Selic para conter esse avanço.

Sede do Banco Central do Brasil em Brasília - 16.ago.2018-Ueslei Marcelino/Reuters

A análise do mercado de capitais, no entanto, diverge da previsão do BC, que é feita a partir de entrevistas com banqueiros, que miram na oferta de crédito para a população e empresas.

Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano. A projeção mais recente do BC é de 8% para 2025. Os papéis negociados pelo mercado com vencimento nesse ano estão sendo negociados hoje com juros de 11,8% —uma diferença de 3,8 pontos percentuais para cima.

Esse descasamento de expectativas não estava tão acentuado durante as eleições presidenciais, quando o mercado acreditava haver uma acomodação com o governo eleito, diante das dificuldades orçamentárias para políticas consideradas expansionistas (mais despesas).

Para analistas desse comportamento nas corretoras que negociam os papéis, um dos principais gatilhos desse descolamento foi a promessa de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula das Silva, vai corrigir o salário mínimo acima do nível da inflação ainda em 2023.

O novo piso salarial poderia chegar a R$ 1.319 —R$ 17 acima do que está definido no Orçamento enviado ao Congresso por Jair Bolsonaro e cuja proposta ainda pode ser revista. Somente essa diferença custaria R$ 6,4 bilhões —valor que deve ser incluído na PEC da Transição, licença para gastar acima do teto a ser concedida pelo Congresso.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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