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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Mercosul União Europeia

Europa vê janela apertada para Lula negociar acordo com Mercosul

Representantes da União Europeia avaliam que prazo para selarem negociações vence em 2024; guerra da Ucrânia mobiliza europeus, mas há riscos

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Brasília

Delegados da União Europeia querem aproveitar a posse de Lula para acelerar o acordo com o Mercosul. A pressa dos europeus também ficou registrada na última reunião com o Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), ocorrida no fim de novembro. Segundo relatos, querem aproveitar a janela de pouco mais de um ano para que os termos do acordo sejam selados. Um dos motivos é a tentativa de diversificação de fornecedores de matéria-prima e de combustíveis vindos da Rússia.

A delegação da Europa afirmou que, no entanto, há uma janela muito apertada para o avanço de um possível acordo com o bloco. Embora a chegada de Lula ao poder colabore positivamente, a eleição do Parlamento europeu —prevista para 2024— pode, por outro lado, colocar o acordo na gaveta mais uma vez.

A disposição europeia pró-Mercosul neste momento ganhou urgência em decorrência da Guerra da Ucrânia. A ideia é mudar a cadeia de fornecedores. O Mercosul desponta como alternativa mais viável.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva - AFP

Entre os diversos itens hoje fornecidos pela Rússia, o bloco latinoamericano poderia oferecer trigo, carnes e energia —atraindo, além disso, investimentos para a exploração do gás, por exemplo—outra fonte importada dos russos.

O alinhamento político de Lula com o presidente da Argentina é outro fator que pode impulsionar. Os argentinos são os que mais se beneficiam do Mercosul, na avaliação de analistas. Com a economia em crise, a tarifa interna para exportações e importações no bloco serve de proteção aos produtores locais.

Em caminho oposto, o Uruguai tenta se descolar do bloco e fechar um acordo bilateral com a China, que compraria a grande maioria dos produtos exportados pelos uruguaios – carnes, vinhos, leite, entre outros artigos. Para analistas que participaram das discussões, o ideal seria o Brasil firmar acordo com o Uruguai para adquirir esses produtos, como forma de preservar o Mercosul e avançar com a Europa.

O empresariado nacional, particularmente os industriais ligados à Fiesp, e o dos países vizinhos aguardam a conclusão para impulsionar exportações para países da Europa onde hoje não têm entrada.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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