Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Cigarro eletrônico já movimenta R$ 7,5 bilhões no país e gigantes do setor ficam fora
Enquanto Anvisa segura regulamentação, líderes globais não podem atuar e clandestinos invadem mercado
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A BAT e outras gigantes globais do mercado de tabaco querem construir fábricas de cigarros eletrônicos no país e, por isso, tentam convencer a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a apressar a regulamentação desses produtos, tidos como menos tóxicos do que os cigarros convencionais.
A agência começou a analisar o caso há quatro anos e, até que profira sua decisão, proibiu a comercialização dos chamados vapes ou e-cigs.
Enquanto isso, o número de fumantes brasileiros desse tipo de cigarro saltou de 500 mil para 2,2 milhões, segundo pesquisa recente feita pelo Ipec. No Distrito Federal, 4% da população já utiliza os vapes.
O mercado clandestino, que abastece esse público, já se consolidou e hoje movimenta R$ 7,5 bilhões por ano. A maior parte das mercadorias vem da China e do Paraguai.
Somente em impostos, a União perde R$ 2,2 bilhões e o país a criação de 110 mil empregos.
Esses dados fazem parte de um estudo feito pela FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), estado onde fica a fábrica da BAT, a maior da América Latina.
A empresa afirma que já tem planos para ampliar a planta de Uberlândia para fazer, inicialmente, a montagem dos e-cigs com componentes importados.
ONDE O CONSUMO É MAIOR – Em % da população
- DF: 4,5
- PR: 3,4
- SC: 2,4
- MS: 1,8
- SP: 1,6
Com Diego Felix
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