Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Investidor raiz quer fazer dinheiro preservando floresta Amazônica

Figura do mercado financeiro, Fersen Lambranho achou um jeito de proteger a Amazônia e ganhar dinheiro

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

Um dos investidores mais conhecidos do mercado, Fersen Lambranho, 62, é sócio da GP Investments, que já colocou US$ 5 bilhões em companhias da economia tradicional. Todas elas deram muito, muito retorno.

Há sete anos, ele criou a G2D para investir em negócios que, como gosta de dizer, fazem bem ao mundo. Mergulhou na economia verde e achou um jeito de proteger a Amazônia, unindo a tecnologia ao mercado financeiro.

Você pirou [risos]?
Nada. O maior ativo do Brasil é sua biodiversidade e isso é um grande negócio. Os europeus, que são super verdes, acham que preservar é replantar. Não é. O valor está na preservação da mata nativa. Hoje, as áreas preservadas da Amazônia são as das reservas indígenas. Então precisa de uma nova maneira de investir ali porque venture capital [financiamento para startups ou projetos] não vai funcionar.

O empresário Fersen Lambranho - Zanone Fraissat - 05.jun.2012/Folhapress

Por quê?
Esse dinheiro é muito caro para chegar ao cara que preserva a floresta.

Qual é a saída?
Via crédito de carbono. A Moss, por exemplo, é uma empresa em que temos participação. Ela tem uma base de dados de 17 biomas naturais brasileiros. Imagine alguém que tenha uma terrinha em algum desses locais, boa parte florestal, e acesso à internet. No aplicativo [da empresa], ele se cadastra para obter a avaliação de quantos créditos de carbono sua propriedade pode gerar, isso em pouquíssimos minutos. É um jeito de gerar renda para quem está na Amazônia e preservar o ambiente.

Como o investidor ganha?
Se fosse pagar a certificação do próprio bolso, o proprietário teria de arcar com US$ 500 mil. A Moss certifica e, se ele quiser, negocia o crédito no mercado cobrando uma taxa.

Muitas dessas startups fecharam no meio do caminho. Como saber se você não vai perder dinheiro?
Só escolhemos empresas cujo modelo de negócio é mais relevante que a própria tecnologia embarcada. Somos investidores ainda da Quero Educação, da seguradora digital Akad, entre outras que usam o que eu chamo de inteligência artificial generativa.

O que é isso?
A mesma tecnologia que destrói o emprego é a que cria emprego. As insurance tech, por exemplo, foram feitas para acabar com o corretor de seguros. Na Akad, outra do nosso portfólio, é o contrário. A inteligência artificial municia o corretor para que ele venda mais. Ele gera em vez de destruir. Na Amazônia pode ocorrer a mesma coisa.


Raio-x | Fersen Lambranho, 62

Formação: Graduado em engenharia civil (UFRJ) e especialização pela Harvard School of Business

Carreira: Americanas (1986- 1998), chegando a CEO; diretor da GP Investments (1998-2004), sócio e presidente do conselho (desde 2005); presidente da G2D (desde 2016)

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas