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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Para advogados, governo não cumpriu acordo que viabilizou projeto do Carf

Vetos frustram advogados de contribuintes; mudanças em multas, fianças e garantias foram derrubadas

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São Paulo

Advogados que atuam em casos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fazendários) foram pegos de surpresa com trechos vetados pelo governo federal e que tinham sido discutidos na Câmara e no Senado, por onde passou a proposta.

A lei que recriou o voto de desempate foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta (21) e recebeu 14 vetos. O ponto principal do projeto, a retomada do poder do governo em disputas empatadas no órgão da Receita Federal, foi mantido. Porém, pontos como condições mais vantajosas para quem perder com o voto de qualidade e a o veto para a liquidação antecipada de seguro fiança ou garantia caíram.

Fachada externa do Carf, em Brasília (DF) - André Corrêa/Senado Federal

Djalma Rodrigues, sócio da área tributária do escritório Miguel Neto Advogados, diz que a redução na multa qualificada foi mantida, e isso é bom para os contribuintes, mas outros benefícios que tinham sido discutidos na Câmara e no Senado, foram derrubados.

"Foram vetados trechos substanciais que já tinham sido trabalhados no âmbito das duas Casas legislativas e aprovados", diz Gisele Bossa, sócia da área tributária do Demarest e ex-conselheira do Carf. Para ela, a redução da chamada multa de ofício era um avanço para o compliance corporativo.

A liquidação antecipada da garantia tem impacto direto às empresas, pois há casos em que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional pode pedir a execução desses valores antes de decisão definitiva. Para Gisele, a derrubada é péssima.

Para Mariana Arello, advogada tributarista do Briganti Advogados, os vetos indicam um intuito arrecadatório do governo. Outros pontos, como no caso da multa qualificada (quando o órgão considera que o contribuinte atuou intencionalmente), ela acredita que o limite dessa punição ainda dependerá do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na avaliação do advogado Felipe Santos Costa, sócio do MV Costa Advogados, houve ingenuidade do Congresso Nacional ao discutir o texto do projeto com o governo.

"O PL do Carf só conseguiu os votos necessários para aprovação diante da inclusão dos dispositivos que agora foram vetados pelo presidente em exercício", diz. Para ele, o texto sancionado por Geraldo Alckmin "desvirtua a real intenção do legislador, que foi de encontrar um meio-termo que agradasse a Fazenda e os contribuintes."

Com Diego Felix

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