Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Parceira da Shein, Coteminas ainda não apresentou demonstrações financeiras de 2022
Documentos dos dois primeiros trimestres de 2023 também estão atrasados
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Parceira da Shein no Brasil, a Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas) ainda não divulgou as demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2022. Os resultados dos dois primeiros trimestres de 2023 também não foram tornados públicos.
Desde 28 de março, a companhia comandada por Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), vêm postergando publicações com dados financeiros.
Inicialmente não foi dado um prazo para a regularização das informações, porém, em um comunicado de abril, a companhia prometeu a entrega para o final de maio. Desde então, a Coteminas cancelou e programou mais duas datas, sendo a mais recente para o dia 26 de setembro.
No último comunicado, de 9 de agosto, a companhia explicou que uma auditoria realizada na Springs Global US, empresa que integra o grupo Coteminas, não foi concluída.
Em abril, a companhia de Josué Gomes foi uma das contratadas pela chinesa Shein para trabalhar no processo de nacionalização da produção do varejo de moda da gigante asiática.
Desde então, as ações da Coteminas valorizaram mais de 140% na bolsa de valores do Brasil.
Por outro lado, como mostrou a Folha, a companhia minera passa por dificuldades para o pagamento de funcionários nas fábricas de Montes Claros (MG) e Blumenau (SC). Os casos mais comuns envolvem o atraso de salários, falta de depósito do FGTS e complementações como o vale-alimentação.
CVM acompanha atraso
Há dois meses, a Coteminas e a Springs Global entraram para uma lista da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com outras seis empresas que ultrapassaram o período de apresentação de formulários de demonstrações financeiras e informações trimestrais. O prazo de vencimento se encerrou em abril.
Companhias que ultrapassarem 12 meses de atraso terão o registro na CVM excluído.
A Superintendência de Relações com Empresas do órgão pediu que os investidores considerem esses atrasos quando tomarem decisões de investimento na bolsa, uma crítica clara aos problemas de governança nas empresas.
Entre as empresas com demonstrativos em atraso está a Americanas, companhia em recuperação judicial desde a divulgação de um rombo bilionário em seus balanços.
A Coteminas foi procurada, mas não respondeu. Josué Gomes, presidente da companhia, está em Nova York (EUA), e também não respondeu até o momento.
Com Diego Felix
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