O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem articulado desde o começo do ano para que o policial federal Danilo Campetti, que foi seu assessor e atuou no episódio em que um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a agenda de sua candidatura em São Paulo em 2022, assuma uma cadeira de deputado estadual. No entanto, os planos não têm dado certo.
O mais recente foi articulado com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e envolvia a nomeação do deputado Rui Alves (Republicanos) para a secretaria municipal de Turismo, como mostrou a Folha. Campetti é suplente de deputado estadual pelo Republicanos e assumiria a cadeira com a saída do colega de partido.
O secretariado de Nunes chegou a ser avisado da saída de Rodolfo Marinho, do Turismo, mas Alves interrompeu a transferência ao ser informado de que não poderia fazer nomeações na pasta que assumiria.
A secretaria é espaço de influência de Gilberto Nascimento Júnior, vereador do PL, e os funcionários que lá estão teriam que ser mantidos. Com isso, Alves avaliou que não valia a pena deixar a Assembleia Legislativa de São Paulo.
A articulação ainda não foi abandonada, mas tem se arrastado há mais de um mês.
Em janeiro, também em arranjo entre prefeito e governador, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) foi convidado a ocupar a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento. Após um mês de tratativas, o parlamentar recusou o chamado, frustrando assim Tarcísio.
Abduch disse a colegas, na ocasião, que a mudança dificultaria sua tentativa de ser vice do emedebista na eleição de 2024 —objetivo hoje considerado distante de ser concretizado pelos envolvidos.
No começo do ano, Tarcísio nomeou Campetti para o cargo de assessor técnico de gabinete na Secretaria de Segurança Pública.
Em junho, no entanto, o Ministério da Justiça retirou o agente do posto que ocupava e o transferiu para São José dos Campos (SP) sob o argumento de que o efetivo da PF no local estava baixo. Com isso, ele teve que sair do governo estadual.
Campetti foi alvo de processo da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, que pediu que Tarcísio fosse multado sob acusação de que o policial federal atuou em sua campanha eleitoral, o que é proibido.
O agente acompanhava o então candidato e integrava sua equipe de segurança no dia 17 de outubro, quando um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a campanha de Tarcísio. O caso foi arquivado no ano passado.
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