Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Azul mira fusão com a Gol
Instituições contratadas negociam com controladores da empresa, em recuperação judicial nos EUA
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A Azul cogita uma fusão com a Gol. As conversas estão sendo conduzidas com os sócios da Abra Group, empresa que controla a companhia aérea hoje em recuperação judicial nos EUA.
Para isso, a Azul contratou o Citi e o Guggenheim Partners. A empresa avalia que a junção entre as duas operações seria a melhor forma de salvar a Gol e permitir que a Azul continue crescendo com seu plano de regionalização.
Apesar disso, a companhia comandada por John Rodgerson não descarta uma aquisição. Mesmo tendo concluído um processo de renegociação de dívida com seus credores, a Azul considera que tem condições de levar a proposta adiante.
Para isso, pessoas que participam das negociações afirmam que seria possível até emissão de ações em pagamento, caso haja necessidade de injetar dinheiro novo.
A consolidação do mercado brasileiro com duas operadoras é algo que preocupa as autoridades regulatórias.
No entanto, a sobreposição de voos entre Azul e Gol é de cerca de 18%, algo considerado contornável, apesar de afetar o filé mignon do negócio: as rotas da ponte-aérea e os destinos partindo de Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo.
Os defensores da operação dizem que o argumento a ser apresentado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é o de que, na União Europeia, as companhias têm elevadíssima concentração de mercado e isso não é um problema. A British Airways detém 70% do mercado local e a portuguesa TAP, 80%, mas ambas são muito fortes em rotas internacionais.
Mesmo assim, teriam de lidar com possíveis remédios aplicados pelo Cade: abrir mão de muitas rotas.
Outro argumento é o de que a Gol entrou em recuperação judicial 30% menor do que era em 2019, quando disputava a liderança. Hoje ela é a terceira do mercado.
As chances de que se recupere são grandes, mas a Gol continuaria como a terceira do setor e com menos fôlego para continuar crescendo, por mais dinheiro que um eventual novo sócio aceite investir.
Com Diego Felix
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters