Diante do impasse em torno do Voa Brasil, as companhias aéreas agora tentam colocar novos aviões em uso para derrubar o preço das passagens.
Cálculos de executivos das empresas indicam que, para retomar as tarifas de quatro anos atrás, seria preciso colocar em voo ao menos 15 aviões a mais.
O número coincide com a quantidade de jatos que a Gol mantém em solo devido a problemas de manutenção.
Enfrentando uma recuperação judicial nos EUA, a companhia não tem dinheiro para pagar os reparos e, por isso, as aeronaves ficam em solo.
A consequência, ainda segundo executivos do setor, é uma redução na oferta de assentos, o que pressiona as demais companhias.
Como elas não têm mais aviões e a procura por assentos aumentou, o preço sobe —um dos motivos que levam a Latam a se interessar por assumir os contratos de leasing (aluguéis) das aeronaves da Gol que precisam de reparos.
A empresa foi criticada por tentar tumultuar a recuperação da concorrente, mas, segundo pessoas que participam das conversas, a empresa busca jatos pelo mundo e aceita até mesmo ficar com as aeronaves da Gol que precisam de reparo.
A empresa em recuperação cogitou pedir R$ 1 bilhão em empréstimos para consertar as aeronaves.
Latam e Azul já enfrentam o vácuo deixado pela Gol e, por isso, buscam trazer mais aviões para sua frota como forma de atender à demanda, que está em crescimento desde o fim da pandemia.
Ao mesmo tempo, pedem que o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ajude com um plano de redução de custos —algo que avaliam ser o caminho para a redução do preço das passagens.
Para elas, o preço do combustível é um componente muito importante na conta das passagens, mas ele não surte efeito no curto prazo.
Para reduzir os preços no curto prazo, o ideal é ampliar a oferta de voos.
Socorro
Azul e Gol defendem um socorro financeiro pelo governo como forma de viabilizar a oferta de passagens a R$ 200 para quem precisa.
No entanto, há resistência na equipe econômica para a liberação desse dinheiro.
Costa Filho tenta convencer o Ministério da Fazenda de que seria possível viabilizar uma ajuda de cerca de R$ 3 bilhões com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).
Além de condicionarem o Voa Brasil a esse socorro, as empresas avaliam ainda que, sem um plano de aumento de assentos, será muito difícil que o plano do governo seja bem-sucedido.
Com os voos lotados, haverá risco de uma redução paulatina da venda de passagens baratas, levando o programa ao fracasso.
Com Diego Felix
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