O primeiro pedágio sem cancela com cobrança automática em São Paulo começou a funcionar na semana passada, mas ainda há muito o que ser feito para que o chamado free flow (trânsito livre, em tradução livre do inglês) seja massificado pelas rodovias estaduais e federais.

A inadimplência é o principal fator que leva as empresas de pagamento eletrônico a pensarem em espalhar o sistema.

Em teste pela ANTT, o pedágio da Dutra, rodovia administrada pela CCR que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, viu a taxa de inadimplência cair de 12,49%, em março de 2023, para 9,70% neste ano.

A queda reflete a quantidade de motoristas que passaram a taguear seus veículos. Antes, muito passavam pelas praças sem a tag. Recebiam a multa, mas a empresa que instalou o sistema ficava com o prejuízo já que, por força de contrato, a concessionária recebe integralmente o pedágio de cada veículo captado pelas câmeras e sensores.

Apesar da queda, o índice é considerado elevado pela Abepam (Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade).

Na Veloe, uma das líderes desse mercado, a quantidade de tags foi quadruplicada, segundo André Turquetto, presidente da companhia e da Abepam. Passou de 500 mil, no fim de 2023, para 2,5 milhões.

"A diminuição na inadimplência dos usuários do sistema free flow é fruto de uma série de ações estratégicas que tanto a Abepam quanto as concessionárias adotaram para melhorar a comunicação, a experiência do usuário e a eficiência de cobrança", disse Turquetto.

"Além disso, a forte ampliação da adoção de tags pelos usuários dos primeiros trechos em teste contribuiu de forma expressiva para essa redução."

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas já afirmou que pretende colocar o sistema em todas as rodovias estaduais.

Nesta quarta (4), o free flow passou a funcionar na SP-333, em Itápolis (SP), administrada pela concessionária EcoNoroeste.

Para os usuários que possuem tag (como Sem Parar e Veloe), a transação será feita automaticamente pela operadora, e os motoristas terão descontos progressivos.

Quem não pagar estará sujeito a multa de R$ 195,23 e terá cinco pontos na carteira.

Com Diego Felix