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O futuro do investimento social no Brasil

Uso da inteligência de dados para metrificar recursos incentivados traz mais visibilidade ao impacto social

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Raphael Mayer

Cofundador da Simbiose Social e vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2018, é formado em administração com especialização em empreendedorismo social pela Fundação Getúlio Vargas.

Mathieu Anduze

Cofundador da Simbiose Social, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2018 e formado em marketing, publicidade e propaganda pela ESPM.

O Brasil está escrevendo um novo capítulo para o investimento social global. O futuro da temática passa pelo uso da tecnologia para romper barreiras e criar evidências do impacto social.

Com o uso da inteligência artificial, a tomada de decisão das empresas se beneficia de um viés consciente norteador de uma verdadeira transformação que coloca o segundo e terceiro setor juntos em prol da coletividade. Uma das peças-chave desse olhar inovador são as leis de incentivo fiscal, tais como a Rouanet.

Pouca gente sabe que a Lei Rouanet pode ser associada diretamente a muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU —por exemplo, o ODS 4, focado em educação— e que hoje é o objetivo que mais recebe investimentos no país.

Estudantes e professores no Colégio Municipal Tenente General Gaspar de Godói Colaço, em Santana de Parnaíba (SP) - Renato Stockler

De acordo com a pesquisa "Brasil ODS: Desafios para Democratizar a Transformação por Meio do Investimento Social", nos últimos quatro anos, essa lei federal registrou um acumulado de investimento da ordem dos R$ 6,4 bilhões.

Somente em 2021, o volume direcionado atingiu o valor recorde de mais de R$ 2 bilhões e, quando comparado a 2018, houve crescimento de 54% em investimento (via Lei Rouanet). Analisando o recorte de projetos que possuem temáticas educacionais, o crescimento foi ainda maior, chegando a 90%.

Esse mapeamento inédito conduzido pela Simbiose Social em parceria com os pesquisadores Edgard Barki, da Fundação Getúlio Vargas; Haroldo Torres, doutor em ciências sociais e demografia; e com o economista Octávio Barros, e com apoio do FGVcenn, contou com a criação de indicadores públicos correlatos a cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 sub-ODS, que oferecem um panorama completo da demanda social de cada região do país.

Na prática, o estudo partiu do questionamento sobre o real impacto da Lei Rouanet e de todas as outras leis de incentivo fiscal no cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil.

Com o uso da inteligência de dados para metrificar o impacto dos investimentos sociais, que têm sido conduzidos via lei, é possível trazer mais visibilidade ao impacto social. A ferramenta da Simbiose, que usa o Brasil ODS como insumo e que possui algoritmo criado a partir de estudos da Cambridge University, torna possível usar a tecnologia para classificar quais ODS são atendidos por determinado projeto incentivado, possibilitando um match de oportunidades.

Com a metodologia foi possível saber, por exemplo, que entre os municípios que receberam recursos constam Guapimirim (RJ), Simões Filho (BA), Campos dos Goytacazes (RJ), Itaboraí (RJ) e Parnaíba (PI).

Entre os que receberam maiores volumes de investimento per capita no país, destaque para Brumadinho (MG), Tiradentes (MG), Barracão (RS), São João do Polêsine (RS) e Ouro Preto (MG).

Vale ressaltar que são localidades que registram os piores índices educacionais e menor investimento per capita em projetos associados à educação aprovados pela lei.

Quando colocamos luz no investimento per capita em educação versus qualidade da educação, enxergamos que, ao comparar os investimentos per capita nos últimos quatro anos, via Lei Rouanet, regiões com baixíssimo nível educacional receberam 75% a menos de recursos per capita do que a média das outras regiões.

Ou seja, em torno de R$ 1,49 (investimento per capita), enquanto locais com média e alta qualidade na educação registram R$ 7,34 e R$ 2,21, respectivamente.

Por fim, entre as várias reflexões, a pesquisa conclui que empresas têm cada vez mais interesse em investir em projetos com temáticas educacionais na Lei Rouanet. Em contrapartida, gestores afirmam que é muito complexo ter acesso aos projetos em locais de baixíssimo nível educacional.

Nesse contexto, a Simbiose Social criou uma solução que dá luz aos projetos dentro de cada grupo.

Ao cruzar as demandas sociais na tomada de decisão para a verba investida via Lei Rouanet –e outras leis de incentivo fiscal–, as empresas garantem que o aporte fique mais bem distribuído em todo o território nacional e que tenhamos mais inteligência no investimento social e mais impacto positivo para a sociedade.

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