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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Supercopa é super pelo segundo ano seguido

Competição tem sido jogada por times montados, por mais de um ano

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Não foi por acaso o lançamento de Fabrício Bruno para Bruno Henrique logo depois do pontapé inicial de Atlético x Flamengo, pela Supercopa. É ensaiado.

A inauguração da temporada nacional, disputada pelo Galo, dirigido pelo argentino Antonio Mohamed, e pelo Flamengo, do português Paulo Sousa, deixa de lado um antigo clichê dos técnicos brasileiros: "No último terço, os jogadores resolvem".

Não resolvem mais, sem treinos, sem ensaios.

Savarino e Filipe Luís duelam no bom jogo de Cuiabá - Adriano Machado/Reuters

Esse tipo de discurso fez o presidente do Corinthians, ​Duíiio Monteiro Alves, dizer que mudou de ideia. Que conversar com treinadores de outros países o fez julgar que há mais conhecimento lá fora. Olha que existe muita gente gabaritada aqui. Maurício Barbieri e Roger Machado têm enorme conhecimento.

O Corinthians parecia muito perto de contratar o português Luís Castro nesta semana. No final do domingo, o treinador português aumentou suas exigências, e Duilio Monteiro Alves recomendou que assine contrato com o Botafogo.

É o que deve acontecer.

Um dos riscos corintianos era perder a concorrência. O outro era trazer o português e não esperar o amadurecimento do trabalho. Cada vez mais os espaços escassos exigem mais tempo, trabalho, ensaio, repetição, estratégias de ataque e de defesa.

No sábado, o Manchester City atacava o Tottenham com dez homens em 18 metros, entre a intermediária e a grande área.

O rival de Londres se defendia com cinco zagueiros em linha e quatro no meio de campo. Eram 20 jogadores naquele pequeno pedaço de terreno, com o City tentando abrir o cadeado. Um minuto depois, gol do Tottenham, que venceu por 3 a 2.

Não vai adiantar trazer Klopp, Guardiola e Thomas Tuchel para cá, se a burrice imperar e cobrar qualidade no sétimo jogo. As partidas dos estaduais, aquelas que repetimos não valerem nada, voltaram na última semana de janeiro. Em um mês, seis treinadores de clubes da Série A já foram demitidos.

Se o Brasileirão começasse hoje, teria o recorde de seis técnicos estrangeiros –o sétimo será Luís Castro, no Corinthians ou no Botafogo. Com sorte e trabalho, um deles poderá ser campeão brasileiro. Seis não serão. Pela nossa lógica, seis derrotados poderão ser substituídos por brasileiros da nova geração ou medalhões.

Paulo Sousa já foi chamado de burro, mas isso foi ao perder o Fla-Flu e preparar seu time para a inauguração da temporada nacional. Contra o Atlético, mandou no primeiro tempo, controlou a bola, pressionou o adversário, com circulação de bola e finalizações.

O técnico rubro-negro carrega em sua mente uma carga de cultura incrível. Contra o Galo, não se mostrou estrategista. Ao recuar o time em linha de quatro homens, esqueceu de definir o marcador de Arana, responsável pelo chute de longe, que resultou no primeiro gol.

O Flamengo continua brilhante individualmente, acerta-se coletivamente, virou o jogo com Gabigol e Bruno Henrique e levou o empate de Hulk.

Pelo segundo ano seguido, a Supercopa apresentou um jogo espetacular. No ano passado, o técnico do Flamengo era Rogério Ceni. Então, não é só pelos estrangeiros. É porque a Supercopa tem sido jogada por times montados, por mais de um ano.

Time bom é time que treina.

Flamengo com saída de três - Núcleo de Imagem
Atlético mais convencional, 4-2-3-1 - Núcleo de Imagem

São Paulo sem bola

Rogério Ceni quer um time que construa o jogo e terá isso, quando o processo de montagem da equipe avançar. Em Santos, pela primeira vez no ano, teve menos posse de bola do que o adversário e, pela segunda vez, fez três gols. Foi o melhor São Paulo de 2022.

Um time por jogo

O Palmeiras enfrentou o Santo André no modelo da vitória contra o Al Ahly, diferente do da partida contra o Chelsea: atacando. Saída de bola com três, construção com Danilo e Atuesta, chegada à frente com cinco homens. Criou muito, só marcou de pênalti. Faz falta o centroavante.

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