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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Vida da seleção brasileira vai além de Neymar

Toda vez que o Brasil foi campeão mundial teve mais do que uma estrela

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Se fosse fundamental o centroavante fazer gol, a França não teria sido campeã mundial duas vezes sem gols de Guivarch e Giroud, nas campanhas de 1998 e 2018. Acontece que para o Brasil sempre foi diferente, porque Vavá, Tostão, Romário e Ronaldo marcaram nas campanhas até o penta.

Daí serem representativos os gols de Richarlison, o primeiro camisa nove da seleção a marcar em Copas em nove jogos. Desde Fred contra Camarões, em 2014.

Representativo também Vinicius Junior ter tirado a bola do pé de Neymar, que parece não querer soltá-la de jeito nenhum. Enquanto ensaiava levar a defesa inteira, Neymar deixou a bola escapar o centímetro a mais que faltava para Vinicius chutar, Vanja soltar e Richarlison mostrar seu oportunismo.

O Brasil foi forte. Se a partida pareceu insossa em alguns momentos foi porque a Sérvia é a rival mais forte de todas as estreias dos campeões mundiais nesta Copa. Não foi por acaso a nona primeira etapa sem gol do Brasil em estreias. Tudo foi nove.

Só Richarlison foi dez. E Vinicius Junior, coadjuvante de luxo com passe para o segundo gol e finalização que resultou no primeiro.

Richarlison, Danilo e Vinicius Junior comemoram gol do Brasil; trabalho em equipe - Nelson Almeida/AFP

Neymar prendeu muito a bola e, embora tenha sido importante pela jogada do gol inaugural, tenha liderança técnica, indispensável por prender a atenção dos zagueiros, não demonstrou o protagonismo que pode ter.

Não que isso seja importante. Toda vez que o Brasil foi campeão mundial teve mais do que uma estrela. Didi, Garrincha e Pelé em 1958, Amarildo e Mané em 1962, Pelé e Jairzinho em 1970, Romário e Bebeto em 1994, Ronaldo e Rivaldo em 2002.

É valioso descobrir em Vinicius Junior um jogador capaz de encarar seus marcadores, tentar o drible sem medo, chutar a gol, participar de dois gols. Ter um centroavante artilheiro, nem se fala.

Os sérvios se comportaram como a comissão técnica de Tite imaginava. Fizeram linha defensiva de cinco, mas não presa à sua grande área. Adiantaram a defesa, marcaram a saída de bola brasileira, mostraram ser candidatos às oitavas de final.

Mesmo assim, o Brasil fez 2 a 0, chutou duas vezes na trave e mostrou o repertório que possui. Sai Vinicius, entra Rodrygo. Sai Neymar, entra Antony.

Tem muita variação tática e força na defesa, que não sofreu gols, mesmo incomodada pelo alto, com o gigante Mitrovic.

O repertório ofensivo também apareceu. Logo na primeira jogada de perigo, aos 4 minutos, Alex Sandro se lançou por fora do ataque, completando uma linha de cinco avantes –com Raphinha, Richarlison, Neymar e Vinicius Junior.

Nem sempre foi assim, como também acontece com a Espanha, de resultado mais expressivo da primeira rodada, futebol mais empolgante, mas de rival mais frágil. A Sérvia não é a Costa Rica.

O problema é que os espanhóis se anunciam primeiros colocados de seu grupo e, se o Brasil seguir como começou, pode ter um clássico contra os espanhóis nas quartas de final.

Um passo por vez.

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