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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Diniz gera debate quase ideológico sobre o passe

Tem coisa muito mais séria a ser discutida do que erros em toques curtos na saída de jogo

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É curioso como os gols provocados por erros em saídas de jogo com passes curtos causam mais indignação do que os equívocos provocados em chutes longos. No sábado, o goleiro Fábio, do Fluminense, entregou a bola no pé de Alex Teixeira, e deste nasceu o passe para o gol de Pedro Raul.

Quatro dias antes, na Neo Química Arena, o Corinthians tentava colocar a bola no chão no campo de ataque. Em um bate-rebate de cabeça, ela saiu de Matheus Bidu para Schunke e voltou para Lautaro Díaz, com a defesa corintiana mal posicionada.

Embora com origens diferentes, os dois erros produziram gols dos adversários. Parece que sempre o erro do time de Diniz repercute mais, como se fosse proibido trocar passes curtos perto da área defensiva. Se fosse, o Manchester City não seria virtual campeão inglês e não estaria na semifinal da Liga dos Campeões pela terceira temporada seguida.

O jogo de Fernando Diniz produz um quase debate ideológico, como a sociedade ideologizando costumes, como se fossem mais importantes do que discutir investimento em educação e saúde. Diniz teve excelentes momentos no Audax, no São Paulo e no Fluminense, nesta passagem em que venceu 64% de seus 67 jogos –19% de derrotas.

Erros do time de Fernando Diniz repercutem mais - Mauro Pimentel - 2.mai.23/AFP

O Palmeiras de Abel Ferreira vence proporcionalmente menos (58%), perde igualmente menos (17%) e também faz saídas curtas, mas o debate parece menos ideológico. No caso do treinador português, evidencia-se que as fases do trabalho fazem o time mudar para melhor. Era seguro no início, ficou mais ofensivo depois, sempre aparece o resultado do tempo.

Em algum momento, o trabalho pode se esgotar, como uma fruta que cai de madura antes de ser colhida.

O Fluminense é hoje mais forte e competitivo do que era há um ano. Joga de memória, o que faz parecerem melhores do que pareciam há 12 meses jogadores como Samuel Xavier, Nino e Arias.

Um treinador não é bom por ser português, não brasileiro –nem o inverso. Nem por preferir a posse de bola ou o contra-ataque. De todas as fases de Diniz, esta parece a de maior maturidade do Fluminense. O que não exclui cometer erros, mesmo quando executa jogadas que está totalmente habituado a repetir.

Como o passe curto de Fábio, no pé de Alex Teixeira.

Fernando Diniz será um acerto da CBF, se acontecer, assim como seria Carlo Ancelotti, que hoje parece propenso a permanecer no Real Madrid. Erro mesmo é o adiamento da decisão, deixar a marca da seleção brasileira à mercê de mais um vexame, como a derrota para Marrocos no amistoso de março passado.

A final da Liga dos Campeões será no dia 10 de junho e terá ou o Manchester City, de Guardiola, ou o Real Madrid, de Carlo Ancelotti. Seis dias depois será a data Fifa, fim de semana sem Campeonato Brasileiro, justamente para a seleção jogar.

Quando finalmente se respeita o descanso dos clubes, para não serem desfalcados pelas seleções, não se sabe nem se o Brasil vai jogar, nem contra quem, nem com qual técnico no seu comando.

Em caso de resposta negativa de Ancelotti, é provável que a CBF interfira diretamente no resultado de seu campeonato, retirando de combate ou o técnico do Fluminense ou o do Palmeiras.

Como se vê, tem coisa muito mais séria a ser discutida do que os erros de passes curtos na saída de jogo.

Primeira mudança

Dorival Júnior começa a mudar o desenho tático do São Paulo, por respeitar características do elenco. Deixou o losango de meio de campo e passou a jogar com dois homens abertos, Alisson e Marcos Paulo. Luciano foi o centroavante e deve ceder lugar a Calleri, de volta da dengue.

Sampaoli sofre

Muita dificuldade para Jorge Sampaoli impor seu estilo de jogo no Flamengo. Dos 14 desarmes contra o Athletico-PR, só quatro no campo de ataque. O time não incomoda o adversário na marcação ofensiva. É neutro, como diz o técnico argentino. Só uma vitória em quatro rodadas, e com o interino Mário Jorge.

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