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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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A fogueira em que ardem os técnicos do Brasil

Há a ideia de que um treinador vai bem por ser bom; muitas vezes, trata-se de ser o cara certo no lugar e hora certos

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Antes de recusar a oferta do Corinthians para sair do Beira Rio e retornar ao Parque São Jorge, Mano Menezes fez uma observação precisa: "O Brasil precisa rapidamente dar estabilidade para a nova geração de técnicos." Nos últimos cinco anos, o CT Joaquim Grava conviveu com dez treinadores diferentes, experientes como Vítor Pereira, promissores como Sylvinho e Fernando Lázaro.

Dez mudanças em cinco anos representam média de dois por temporada e faz voltar ao tempo anterior ao rebaixamento. Entre 2003 e 2008, o Corinthians teve Geninho, Júnior, Juninho Fonseca, Oswaldo de Oliveira, Tite, Daniel Passarella, Márcio Bittencourt, Antônio Lopes, Ademar Braga, outra vez Geninho, Émerson Leão, Paulo César Carpegiani, Zé Augusto e Nelsinho Baptista.

Mano Menezes, técnico do Internacional.
Mano Menezes, técnico do Internacional. - 18.abr.2023 - SILVIO AVILA / AFP

Não se trata de mudar o nome, mas de transformar o jeito de jogar. Com Vítor Pereira, o Corinthians jogou no 4-3-3 ou com linha de cinco defensores. Com Lázaro, linha de quatro, Ádson como meia direita e corredor aberto para Fágner atacar. Com Cuca, em dois jogos, o lado direito era usado por Giuliano, contra o Goiás, e Ádson, contra o Remo.

Danilo trocou a defesa para ter mais velocidade e usou Du Queiroz como lateral defensivo, preocupado com a marcação de Dudu.

O primeiro campo de futebol tem o título Corinthians com Lázaro: corredor direito era de Fagner. E o segundo campinho, tem o título Corinthians com Danilo: Adson como ponta
Folhapress

Talvez o Corinthians pudesse escolher Thiago Carpini, vice-campeão paulista pelo Água Santa, ou Márcio Zanardi, que levou o São Bernardo às quartas-de-final e foi assistente de Jorge Sampaoli. Não pode, por causa da pressão da torcida por um nome experiente, depois das demissões precoces de Sylvinho e Fernando Lázaro.

Chamados de estagiários, palavra que, por respeito, não se usa nem sequer para quem faz estágio na sua empresa.

Bastou surgir o nome de Roger Machado, para haver protestos em redes sociais. Roger foi uma boa ideia, gasta no Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG, Bahia e Grêmio. Tem títulos mineiro, baiano e gaúcho, foi eleito o melhor técnico do Paulista de 2018.

O técnico Roger Machado, ex-Grêmio, Atlético-MG e Palmeiras, entre outros, e atualmente sem clube.
O técnico Roger Machado, ex-Grêmio, Atlético-MG e Palmeiras, entre outros, e atualmente sem clube. - Ale Cabral/Folhapress

Há sempre a ideia de que um técnico vai bem por ser bom. Muitas vezes, trata-se de ser o cara certo no lugar e hora certos. Tite não aguentou a pressão do Corinthians 2004 e virou ídolo no clube estável entre 2010 e 2016.

Nesta semana, o presidente da Liga Portuguesa, Pedro Proença, falou sobre os princípios adotados para colocar Portugal no mapa. Entre eles, o que chamou de Business School, matéria em que trata de educação e formação.

Difundir é o verbo necessário para todo gestor de esportes. Não se trata apenas de formar o novo profissional, mas de ajudar na reeducação. A Premier League tem o recorde de trocas de técnicos, com 13 mudanças. O Campeonato Brasileiro teve 28 no ano passado. Pela primeira vez na sua história, o Chelsea trocou duas vezes de treinador na mesma temporada. O Corinthians vai para seu terceiro técnico do ano —estamos em maio!

Palmeiras e Grêmio são os times grandes que menos trocaram de comando nos últimos cinco anos. Cinco treinadores cada, média de um a cada doze meses. O Vasco teve 14, o Botafogo 13, o Cruzeiro 12, o Flamengo 11. Não resistem veteranos, nem novatos, nem brasileiros, nem estrangeiros, porque a lista tem Paulo Sousa, Vítor Pereira, Ariel Holan, Jesualdo Ferreira.

Time de alto nível exige trabalho, tempo e paciência.

QUASE CONSAGRADO

Luciano Spaletti é o símbolo de um técnico condenado, que jamais ganhou um escudeto na Itália, levou 7 x 1 pela Roma contra o Manchester United, e está prestes a se consagrar pelo Napoli. Carlo Ancelotti não conseguiu o que Spaletti está prestes a alcançar. Roger pode dar certo no Corinthians.

AS ETAPAS

Abel Ferreira não está feliz com seu time sofrendo gols em todos os jogos, há seis partidas consecutivas. É uma etapa do trabalho, em que se precisa de correção. Lembre-se de todas as fases de Abel. Chamado de defensivo, de montar time que jogava feio, até o respeito total. Sempre tem um desafio novo.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior do texto informava incorretamente que Márcio Zanardi é técnico do São Caetano. O correto é São Bernardo.

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