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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Mais de que um técnico, ex país do futebol precisa de um plano para voltar a vencer

É fundamental melhorar a formação e trabalhar para ter técnicos de primeira

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O Brasil não joga no estádio do Espanyol, em Barcelona, desde a derrota para a Itália, na Copa do Mundo de 1982. Na época, o campo do pequeno clube catalão era o Sarriá, que dá nome ao que se convencionou chamar de tragédia, embora seja apenas uma derrota.

Paolo Rossi marca seu terceiro gol contra o Brasil na Copa de 1982 - Reprodução

Ednaldo Rodrigues chega ao palco do jogo da seleção, depois de perder a Copa nas quartas de final para a Croácia, sonhando em construir um time como aquele, de 41 anos atrás, e com um técnico nascido na Itália.

Mesmo com todos os sinais de que Ancelotti não virá, a CBF acredita que terá uma resposta positiva do treinador quatro vezes campeão da Champions League. Ou para assumir agora, ou para chegar em junho de 2024. Há convicção de que o treinador já deu o sim, mas precisa da liberação do Real Madrid.

Ednaldo Rodrigues tenta agendar conversa com Florentino Pérez, para pagar a multa e trazer Ancelotti na bagagem de volta. Difícil acreditar. Se ganhar essa batalha, Ednaldo se colocará à altura dos grandes dirigentes da história da CBF/CBD.

Carlo Ancelotti em jogo do Real Madrid contra o Sevilla - Cristina Quicler - 27.mai.23/AFP

Gente como...

Deixa para lá...

Na quarta-feira (14), a informação na Lombardia era que Carlo Ancelotti estava em Vancouver, no Canadá, na residência de sua companheira, a empresária Mariann Barrena McClay. Na CBF, dizia-se que o técnico fez pensar que já tinha viajado para a América do Norte para despistar o Real Madrid. De férias, seguia na capital espanhola, onde conversou com Ednaldo.

Em Milão, aguardava-se a presença do treinador no funeral de Silvio Berlusconi, seu presidente no Milan. Não apareceu.

É improvável que Ancelotti seja contratado para assumir a seleção só daqui a um ano. A CBF correria o risco das seis primeiras rodadas das eliminatórias. O Real Madrid é que dificilmente aceitará ter pelos próximos 12 meses um técnico já comprometido com outro time.

O orgulho merengue impede.

Assim como a Federação Espanhola não aceitou e demitiu Julen Lopetegui às vésperas da estreia na Copa de 2018, só porque vazou a informação de que já tinha contrato assinado com o Real Madrid.

Então, ou Ednaldo consegue a improvável liberação já, ou Ancelotti dificilmente será o técnico.

O maior risco não seria esperar seis jogos das eliminatórias. Mais arriscado é depositar todo o projeto da seleção brasileira em um único homem. O melhor técnico do planeta é Guardiola. Ednaldo Rodrigues chegou à Espanha declarando pensar no técnico recordista de títulos da Champions League, por ouvir de jogadores que atuam ou atuaram sob seu comando e que o julgam o melhor gestor de elencos.

Ora, detectamos um déficit tático nos treinadores do Brasil e a seleção contrata um administrador de vaidades? Um paizão tipo Felipão? Nem Scolari, nem Ancelotti são apenas motivadores e agregadores de craques. Mas é curioso pensar que a CBF tenta atenuar a suposta deficiência dos técnicos brasileiros trazendo Ancelotti por ser um gestor de grupos.

Ter o italiano será ótimo, se acontecer. Caso contrário, também pode ser Abel Ferreira, Fernando Diniz... Nacionalidade não pode ser fator decisivo para a escolha. Depois dela, será fundamental melhorar a formação e trabalhar para ter técnicos de primeira prateleira na próxima geração.

Não adianta trazer Ancelotti e repetir a experiência do basquete com Rubén Magnano, campeão olímpico pela Argentina. Quando chegou, acreditava-se haver bons jogadores e maus treinadores.

Hoje, o basquete não forma nem uma coisa nem outra.

Mais do que técnicos, o ex país do futebol precisa de um plano para voltar a ser campeão do mundo.

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