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Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

Descrição de chapéu Congresso Nacional

Já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem

Os descaminhos do enxadrista que foi ex-juiz e ex-ministro e, agora, pode se tornar um ex-senador

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O enxadrista Sergio Moro voava alto. O juiz corajoso que jamais pedia escusas à corrupção tinha aura de super-herói.

As delações premiadas revelaram um amplo esquema de corrupção que levou até empreiteiros para a cadeia. Os embates com Lula lhe conferiam mais poder que a seu antagonista. A prisão de Lula, que liderava as pesquisas eleitorais, mudou o jogo político.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Algumas pistas já apontavam a um caminho questionável, como a divulgação bombástica de um telefonema de Dilma para Lula. Fora a fama repentina de Bessias, a isonomia de Moro permanecia ereta.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Eis que o incólume magistrado resolve se dedicar integralmente à política. Sergio Moro aceita o convite para ser superministro do candidato que venceu as eleições disputadas sem Lula, que foi preso por Sergio Moro. Fora a rejeição da esquerda, o superministro irrigou o coração de milhões de brasileiros com a redentora esperança. Agora, pensavam, o combate à corrupção chegaria à raiz do problema. Moro estava cotado para o STF.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Ilustração de Débora Gonzales para coluna de Renato Terra de 28 de julho de 2023 - Débora Gonzales

Eis que as reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil levantaram suspeitas de que o juiz Sergio Moro tinha agido de forma parcial no julgamento de Lula. As reportagens, apelidadas de Vaza Jato, sugeriam que Moro passou informações privilegiadas, orientou, deu conselhos e serviu cafezinho aos antagonistas de Lula. O ex-juiz questionou a autenticidade das mensagens e garantiu a imagem ao trabalhar no pacote anticrime.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Destratado por Jair Bolsonaro em reuniões, Sergio Moro foi perdendo espaço no governo. Mas convocou uma entrevista coletiva para fazer graves denúncias de interferência do presidente. Fora a antipatia da esquerda e dos bolsonaristas, milhões ainda pensavam que Moro não se curvaria a nenhum tipo de corrupção.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Depois do rompimento e das denúncias, o ex-juiz e ex-ministro resolveu declarar apoio ao mesmo Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Mesmo assim, com a imagem ilibada para milhões, foi eleito senador.

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

Com a cassação próxima, a Folha reporta: "Moro se isola e tenta pontes no Judiciário em risco de perder mandato".

Mas já dizia o ditado, o homem é o Moro do homem.

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