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Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

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Brasil vive epidemia de roubos de contas em redes sociais

Criminosos ganham dinheiro todos os dias a partir do desespero das vítimas

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Imagine só a situação. Você pega o seu celular e tenta acessar a sua conta no Instagram. Em vez da tela usual que você está acostumado, aparece um pedido de login e senha. Você digita os dados e a senha e recebe um aviso de que estão incorretos. Repete pensando ter digitado errado e nada muda, sua conta está inacessível para você, o dono dela. Percebe então que seu perfil está nas mãos de outra pessoa.

E essa pessoa começa a enviar mensagens dizendo que se você não pagar um valor solicitado, vai começar a publicar fotos e mensagens íntimas. Afinal, o invasor tem acesso a todo seu histórico de trocas de mensagens diretas. Esse é um momento de desespero, que infelizmente se tornou comum no Brasil. Há uma verdadeira epidemia de roubos de contas em redes sociais.

Invasões de contas de redes sociais têm ocorrido com frequência - Catarina Pignato

A forma como esses roubos acontecem é diversa. Há uma grande criatividade por parte dos bandidos que se profissionalizaram. Roubo de conta hoje não é uma atividade realizada por "hackers" isolados. É uma indústria organizada que ganha muito dinheiro todos os dias a partir do desespero das vítimas.

Há métodos cada vez mais sofisticados para roubar contas. Um bastante comum é um link enviado por mensagem direta nas redes sociais ou por meio do Whatsapp. Ao clicar no link, as portas se abrem para o bandido assumir a conta. Você pode se perguntar: mas quem clica nesses links? As pessoas não estão espertas?

É nesse momento que entra a engenharia social cada vez mais sofisticada da indústria do roubo. As mensagens enviadas são cada vez mais críveis. Muitas delas enviadas a partir de outras contas roubadas de amigos da vítima. O falsário lê as conversas recentes e manda o link dentro do contexto. Nesta semana recebi o relato de uma conta roubada em que o link foi enviado em um grupo de amigos que estavam combinando de jantar juntos. Um deles teve a conta roubada e o falsário enviou o link no grupo dizendo que era "o link da reserva do restaurante". Todos os participantes clicaram e perderam suas contas.

Outro vetor de ataque preocupante é relacionado às teles. Há cada vez mais relatos de roubos do número de celular. Nesse caso, o bandido procura a companhia telefônica e, de posse de todos os dados da vítima (facilmente encontrados na internet), consegue fazer a portabilidade do chip da pessoa para si próprio. Feito isso, acessa praticamente todas suas contas. Afinal, o número do celular é o portal para praticamente tudo, inclusive resetar senhas e logins.

Esse ataque é preocupante porque não há nada que a vítima possa fazer para se proteger. A falha de segurança é explorada do lado das teles. A pessoa acorda e tem todas suas contas roubadas e seu chip de celular desativado. Essa situação desesperadora infelizmente se tornou comum no país.

O que fazer? É preciso um esforço conjunto de governo, sociedade civil, setor privado e comunidade técnica. A cibersegurança no Brasil entrou em colapso desde que todos os dados dos brasileiros e brasileiras vazaram na internet. Nessa questão você está na maioria das vezes sozinho, com uma indústria criminosa organizada e bem-financiada à sua espreita.


Já era – roubar contas só por meio do furto do celular

Já é – roubar contas em redes sociais enviando links

Já vem – cada vez mais contas roubadas por meio de transferência do chip da vítima

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