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Judeus acusam Lottenberg de 'visão racista' ao definir 'o palestino' como 'violento, misógino, homofóbico e antidemocrático'

Presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) diz lamentar que seu texto tenha provocado 'interpretações diferentes das que eu pretendia' e que apagou trecho

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O coletivo Judias e Judeus pela Democracia de SP divulgou uma nota para criticar um artigo escrito pelo presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Claudio Lottenberg, em que ele afirmava que "o palestino é esmagadoramente violento, misógino, homofóbico e antidemocrático".

A entidade afirma que "ao tratar o movimento nacional palestino como um bloco monolítico e responsabilizar todo o povo pelas ações de seus líderes, projetando nele a origem de todo o mal, o autor deslegitima a luta palestina por sua autodeterminação a partir de uma visão racista".

O presidente da Conib, Claudio Lottenberg, no Clube Hebraica, em São Paulo - Mathilde Missioneiro - 11.mai.2023/Folhapress

Lottenberg publicou o texto na segunda (20), no UOL, na condição de colunista convidado, e o republicou na página oficial da Conib.

No artigo, intitulado "Colocando os pingos nos is", ele questiona "o posicionamento dos que se dizem progressistas diante da questão palestina e da guerra em Gaza".

"Tudo o que os progressistas afirmam endossar é traído e cuspido pelo palestinismo. O movimento nacionalista palestino é um movimento de libertação nacional, mas não é um movimento pela libertação das pessoas. Todas as evidências são de que os palestinos em uma Palestina independente apoiada pelo Hamas e pelo Irã não seriam mais livres e provavelmente menos livres do que são agora", afirma ele.

Em outro trecho, Lottenberg diz: "O palestino é esmagadoramente violento, misógino, homofóbico e antidemocrático", questionando se faria sentido incluir na agenda progressista a pauta da existência de um estado Palestino sem questionar estas características.

Depois da repercussão da declaração, Lottenberg suprimiu este trecho de seu texto.

Questionado pela coluna, ele respondeu por meio de sua assessoria de imprensa: "Lamento que meu texto tenha provocado interpretações diferentes da que eu pretendia. Por isso, pedi para suprimir o trecho em questão".

Em outro momento, ele afirma que "se colocarmos toda a culpa em Israel e então a 'Palestina' se tornar independente sob uma tirania violenta, misógina, homofóbica e antidemocrática, quem vamos culpar? Os progressistas não enxergam isto?'."

O grupo Judias e Judeus pela Democracia diz que teve conhecimento do artigo com "consternação".

"É importante reconhecer que não há um único responsável pela tragédia do Oriente Médio e a vontade de paz é igualmente presente dos dois lados da fronteira", afirma o grupo em nota.

"Assim como os israelenses, os palestinos não constituem um grupo homogêneo. É preciso fortalecer, dentro de ambos os grupos, as vozes que clamam pela criação de um Estado Palestino soberano que viva ao lado do Estado de Israel. Reconhecer que existem é o primeiro passo nessa direção", finaliza a entidade.


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A atriz Susana Vieira recebeu convidados para o lançamento de sua biografia, "Senhora do Meu Destino", escrito em parceria com o especialista em teledramaturgia Mauro Alencar. O evento ocorreu na Livraria Martins Fontes da avenida Paulista, em São Paulo, na semana passada. A atriz Adriana Lessa esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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