Siga a folha

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Mais um Jack na praça

De dez em dez anos, desde 1888, alguém revela a verdadeira identidade de Jack, o Estripador

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Estava demorando. Sarah Box Horton, tataraneta de um policial que participou da caçada a Jack, o Estripador —talvez o mais cruel serial killer da história, se você não contar Bolsonaro—, na Londres de 1888, anunciou ter descoberto a identidade do assassino. Segundo vovô, era Hyam Hyams, um fabricante de charutos que circulava pelas cenas dos crimes.

Jack, como se sabe, é um nome de fantasia. A Scotland Yard nunca identificou o homem que matou seis prostitutas no bairro de Whitechapel, sempre à noite e em vielas ermas, com facadas cirúrgicas nos genitais. E, desde então, há 135 anos, não cessam as especulações. De dez em dez anos, alguém "revela" quem era o Estripador.

Certos suspeitos ficaram tão famosos que têm até torcidas organizadas. Há o sinistro "Avental de Couro", talvez empregado de um dos abatedouros da região; um médico, Dr. Stanley, cujo filho teria morrido de uma doença passada por uma das moças; o dândi Frank Miles, ex-amante de Oscar Wilde e possível modelo para Dorian Gray; o advogado Montague John Druit, acusado de tarado por sua própria família; o barbeiro Aaron Kosminski, que odiava mulheres e acabou num manicômio.

Há até uma mulher entre eles: Mary Pearcey, que, nesse caso, seria Jill, a Estripadora. Mas o mais ilustre ainda é o príncipe Albert Victor, filho do rei Eduardo 7º e neto da rainha Vitória. Ele teria engravidado uma prostituta de quem não se lembrava e precisava se livrar dela, daí os ataques aos úteros e ovários das vítimas. Mas o que um herdeiro da coroa teria a ver com uma profissional da então miserável Whitechapel?

A Yard já se convenceu de que não há provas conclusivas. Em compensação, sempre que um amador afirma ter resolvido o mistério, sabe-se que um livro irá para a lista de best-sellers. O de Sarah Bax Horton, intitulado "One-Armed Jack — Uncovering the Real Jack the Ripper", acaba de sair.

Imagem atribuída a Jack, o Estripador, e uma edição brasileira, de 1960, dos muitos livros sobre ele - Heloisa Seixas

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas