Siga a folha

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

Descrição de chapéu Champions League

Torcedores inocentes... do Liverpool

Senado francês conclui que ingleses não tiveram culpa em confusão na final da Champions

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Em tempos em que o vandalismo de alguns torcedores Brasil afora tem dividido as atenções com a festa nas arquibancadas e com o jogo em si, o Senado francês inocentou a torcida que mais lida com o sentimento de culpa no mundo nos últimos 40 anos, a do Liverpool.

Nesta semana, o Senado francês concluiu que os torcedores do Liverpool foram injustamente culpados pelos incidentes antes da final mais recente da Champions League, em maio, quando o time inglês perdeu para o Real Madrid no Stade de France, em Saint-Denis.

Para lembrar, muitos torcedores (franceses, na maioria) invadiram o estádio sem ingressos (como ocorreu nesta quarta no Maracanã, em Flamengo x Atlético Mineiro) enquanto parte dos adeptos do Liverpool com tíquetes não conseguiam entrar, eram espremidos nas grades e recebiam gás lacrimogêneo da polícia francesa.

Torcedores do Liverpool tentam se proteger do gás lacrimogêneo usado pelos policiais nos arredores do Stade de France, antes da final - Fernando Kallas - 28.mai.22/Reuters

Quem inicialmente imputou a culpa à torcida inglesa foi o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, em declarações que revelaram um sentimento quase xenofóbico do político. Depois da final no Stade de France, ele responsabilizou até o técnico alemão Jürgen Klopp por ter incentivado torcedores a viajar ao local da final, mesmo sem ingressos.

O relatório concluiu que ocorreu uma sequência de falhas das autoridades francesas ao conter delinquentes e assaltos nas cercanias do estádio, e que o ministro tentou "desviar a atenção da incapacidade do Estado em gerenciar a multidão presente".

No caso da França, o episódio é um sinal de alerta para quem vai precisar em breve lidar com muiiiiito mais torcedores, de muiiiiito mais países, com a disputa dos Jogos Olímpicos de 2024 na capital, Paris. Antes disso, tem ainda no país a Copa do Mundo de rúgbi —evento tão gigante quanto uma Copa de futebol.

No caso da torcida do Liverpool, a conclusão da inocência vem com um sentimento de alívio para quem lida com culpa quase tanto quanto padre católico em confessionário. Em 1989, em um jogo que teve problema de superlotação, 96 torcedores morreram ao ser empurrados contra o alambrado ou pisoteados em uma partida da Copa da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest. no estádio Hillsborough.

Na época, a exemplo do que fez o ministro francês, o governo britânico culpou a torcida do Liverpool pela tragédia. Mas a injustiça demorou mais de dois meses para ser corrigida. O governo britânico precisou de 27 anos para concluir que houve negligência do Estado naquele dia e que os torcedores não contribuíram para o caos. Os mortos são lembrados e homenageados até hoje pelo clube.

A tragédia de Hillsborough foi fundamental para a reestruturação do campeonato no país e a modernização dos estádios, o que culminou na criação da Premier League, hoje a maior liga de futebol do mundo.

Voltando ao Brasil, talvez a CBF esteja esperando uma tragédia para mudar alguma coisa no futebol, e ela está perto. Pode ser um torcedor invadindo o campo para acertar as contas com um jogador rival, pode ser uma pedra acertando um atleta no ônibus, pode ser uma torcida pisoteada ao invadir um estádio. A ver.

Atualização - Round 38

Estamos perto da metade do Brasileiro, porém já chegamos à metade de baixas no campeonato após a demissão do argentino Fabián Bustos, do Santos. Mas os estrangeiros ainda comandam a conta dos sobreviventes às vésperas do round 17: Brasileiros 4 x 6 Estrangeiros.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas