Os melhores jogos de futebol nos últimos dias vieram da Inglaterra, para variar —na humilde opinião deste escriba. Dois clássicos. Em Manchester, o United, em casa, venceu o favorito City de virada. O jogo certamente deixaria juiz de VAR brasileiro com inveja tamanha a lambança.

E, em Londres, o Arsenal (uhu) derrubou o Tottenham na casa do rival, com torcedor agredindo goleiro no fim do jogo, o que não vai dar em nada —se fosse no Brasil, iríamos pedir portões fechados para o mandante irresponsável; lá, deve render punição só para o torcedor, enfim.

Enquanto isso, começaram os campeonatos estaduais neste Brasilzão. Uhu. Quer dizer, começaram alguns campeonatos. Outros esperam um pouco e alguns esperam uma vida. O Amapazão, por exemplo, começa em maio e termina em julho.

Confissão: tentei ver ao longo dos últimos dias jogos envolvendo times de São Paulo e do Rio, mas tive dificuldade de ver os 90 minutos de qualquer um deles. Não por que caiu a energia ou faltou pagamento no respectivo canal, mas porque os jogos eram mais maçantes do que série documental iraniana sobre xadrez.

Talvez o (meu) problema tenha sido justamente encarar um jogo do Paulistinha logo depois do empolgante clássico de Londres. Por aqui, os jogos da Copa São Paulo de juniores estão bem mais divertidos.

O Paulistinha gosta de se vender como o torneio mais equilibrado de todos os regionais. E, de fato, passadas apenas duas rodadas, os quatro dito grandes já perderam pontos.

Mas não se engane, com essa incrível fórmula de disputa, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos têm tudo para aparecer entre os finalistas. O Red Bull Bragantino, com investimento de Série A, é o único que pode incomodar um dos quatro —já incomodou na estreia, ao vencer o Corinthians.

No Rio, o Flamengo, de Vítor Pereira, atropelou a Portuguesa na estreia. No mesmo dia, o Real Madrid foi dominado pelo Barcelona e perdeu a Supercopa da Espanha. Por analogia, torcedores rubro-negros já imaginam que o Flamengo pode vencer o Real no Mundial de Clubes.

Aliás, é difícil ver na televisão um dia em que uma reportagem sobre o Flamengo não cite o Real. Temos essa idiota obsessão com esse campeonato idiota. Não tem jeito.

Mas, logo em seguida, o mesmo Flamengo, do mesmo VP, ainda, apenas empatou com o Madureira.

Alguns dizem que o uniforme do Tricolor Suburbano, parecido com as cores do Barcelona, assustou um pouco os rubro-negros, que só pensam em Real.

O momento mais marcante do evento foi a distribuição de 15 mil litros de chope para a torcida (menos de 15 mil pagantes) que compareceu ao estádio em Cariacica, no Espírito Santo.

Até onde se sabe, a cerveja ficou restrita ao público e não tem relação com a leseira do time de Vítor —cuja sogra vai bem, amém.

O mesmo Madureira estreou contra o Vasco-SAF e também empatou por 0 a 0. Resumindo, o Madureira é o único time do Brasil que enfrentou dois clubes da Série A nas duas primeiras rodadas do regional e não sofreu nenhum gol (também não fez).

Estão deixando o Madureira sonhar.