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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

O futebol endoidou

A fritura dos técnicos começa nos programas esportivos ou nas redes sociais?

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Não há favorito na semifinal da Libertadores. São duas equipes que gostam da bola, de trocar passes e de envolver o adversário. O Flamengo pressiona mais, para recuperar a bola. É mais explosivo. O Grêmio é mais cadenciado.

Como os zagueiros do Flamengo atuam adiantados, o Grêmio vai tentar explorar os espaços nas costas dos defensores, principalmente com Everton e com os passes de Luan. Nessa situação, o São Paulo, contra o Flamengo, teve duas chances de gol e não aproveitou.

Na semana passada, muitos treinadores foram substituídos. No São Paulo, Cuca pediu demissão. Ele, com suas esquisitices, disse que seu estilo não combina com o do time, o que não dá para entender. Lamentou ainda, com sua expressão de menino carente, que, pela primeira vez, foi vaiado pelo torcedor do próprio time e ainda se queixou de alguém que chamou seu penteado de cabelo de boneca. "Oh vida, oh azar", como diria Hardy, a hiena pessimista do desenho.

No adeus ao São Paulo, Cuca se queixou até de alguém que criticou seu penteado - Diego Vara - 7.set.19/Reuters

Fernando Diniz, o novo treinador, desperta opiniões contraditórias, extremas, radicais, como é habitual no país. É tratado como um revolucionário, o que nunca foi, e também como um sonhador quixotesco, fora da realidade. Gosto do que ele tenta fazer e diz, apesar de sempre dizer a mesma coisa, que agrada aos saudosistas românticos, mas tenho muitas dúvidas se ele vai se tornar um grande treinador, mesmo que tenha em um clube todas as condições para isso. Boas ideias não significam saber fazer. A estratégia mais defensiva do São Paulo no bom empate contra o Flamengo não teve nada a ver com o que pensa Fernando Diniz.

No Cruzeiro, Rogério Ceni em pouco tempo quis ser diferente, teve resultados ruins e foi dispensado. Voltou para o Fortaleza, de onde deveria ter saído, pois ambicionou, com razão, sem falha ética, ter sucesso em um clube de mais prestígio nacional. Não deu certo. Entrou Abel Braga, que já perdeu o primeiro jogo.

Abel é muito elogiado por "ter o domínio do vestiário" e por "saber ganhar um grupo", chavões que não dizem nada, como se alguém tivesse acesso direto aos detalhes da relação entre técnico e jogadores. O que existe são versões, dos dois lados.

Corinthians e Atlético-MG foram eliminados nas semifinais da Copa Sul-Americana, mas os técnicos não perderam o emprego. No Atlético, foi surpresa a permanência de Rodrigo Santana, pois, por muito menos, os clubes no Brasil, como o próprio Atlético, trocam de treinador. No Corinthians, Carille foi salvo pela fragilidade do Vasco e por Cássio.

Antes do jogo, falavam muito, nos programas esportivos que citavam as redes sociais, que o técnico poderia cair, o que seria um absurdo, pela boa colocação do Corinthians no Campeonato Brasileiro e pelo bom trabalho que faz, na média, o treinador.

Ganso, que ofendeu Oswaldo de Oliveira e que levou o troco no mesmo nível, foi promovido a capitão, e o técnico perdeu o emprego. Dizem que, nas demissões de Rogério Ceni e de Oswaldo de Oliveira e na contratação de Fernando Diniz, houve participação direta dos jogadores. Eles negam. O futebol endoidou.

A torcida do Fluminense, durante o jogo, imediatamente após as trocas de ofensas entre Ganso e Oswaldo, gritou, em conjunto, o nome de Cuca, que, poucas horas antes, tinha saído do São Paulo. É o veloz mundo globalizado. Todos estão antenados, espertos.

Onde começa a fritura dos técnicos, nos programas esportivos ou nas redes sociais? Há controvérsias.

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