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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Correr riscos deve ser visto como uma qualidade de grandes times

Jogar com os defensores adiantados é um dos diferenciais do Flamengo

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O Flamengo é realmente um timaço, no conjunto e individualmente, ou a equipe brilha tanto porque os adversários são fracos? Se o Flamengo não jogar bem e perder para o forte River Plate, o comentário já está pronto. Dirão que o Flamengo é bom, mas nem tanto.

O Flamengo é um time que corre risco por jogar com os defensores adiantados. Essa é uma das qualidades do time.

Só os medíocres e os medrosos procuram a total segurança. Como o time fica geralmente com a bola na maior parte do jogo, os riscos são pequenos, mas há um constante perigo. Um passe errado no meio-campo, uma desconcentração, um mau posicionamento defensivo, e abrem-se muitos espaços na defesa, e o adversário chega ao gol. 

O River Plate também atua com dois velozes atacantes, como fez o Vasco da Gama. Isso não significa que o Flamengo deva mudar a estratégia.

Discute-se muito quais jogadores do Flamengo deveriam ser convocados para a seleção brasileira. Filipe Luís é certo, titular. Outros podem ser chamados, pois estão mais ou menos no nível de vários reservas e até de alguns titulares.

Filipe Luís, por ter sido reserva, durante muito tempo, do melhor lateral-esquerdo do mundo, Marcelo, teve seu talento subestimado, como se fosse apenas um bom marcador, ainda mais que atuava em um Atlético de Madrid, em que tinha funções muito mais defensivas do que ofensivas. 

No Flamengo, além de marcador, ele é um organizador pela esquerda. Há muito tempo, Daniel Alves faz o mesmo na seleção. Nos anos 1980, Júnior atuava dessa maneira.

Já os dois ótimos e atuais laterais do Liverpool, Alexander-Arnold e Robertson, avançam em velocidade, bem abertos, e cruzam com eficiência, como fazia Roberto Carlos. Todos esses laterais não são modernos nem antigos, são excelentes.

As coisas vão e voltam, às vezes, em círculos, e retornam ao mesmo lugar, com novos nomes e novas roupagens.

Na sexta (15), contra a Argentina, o Brasil teve uma péssima atuação, na derrota por 1 a 0. Poderia ter sido goleado.

Messi jogou bem, porém sem a precisão do Barcelona, pois perdeu duas ótimas chances de gol. A Argentina evoluiu após a Copa do Mundo na Rússia, definiu a maneira de atuar e a maioria dos jogadores. 

Na semifinal da Copa América, já tinha sido melhor que o Brasil, quando foi prejudicada pela arbitragem. Já o time brasileiro regrediu, especialmente após a Copa América. Nos últimos cinco jogos, não teve uma única vitória. Ainda bem que existe a Coreia do Sul.

Tite tem mudado, com frequência, o sistema tático, sem resultado. Por que não voltar a formação das Eliminatórias da Copa de 2018, melhor momento do time sob seu comando? O Brasil jogava com um trio no meio-campo. Nessa formação, Gérson poderia ser testado na posição de Renato Augusto, por exemplo. 

No Mundial da Rússia, o Brasil já tinha mudado a formação no meio-campo, com a escalação de dois volantes, Paulinho e Casemiro, e com Coutinho mais adiantado. Nas eliminatórias para a Copa, Coutinho atuava pela direita.

O problema da seleção não é apenas coletivo. Repito, o Brasil possui um grande número de bons jogadores, mas faltam craques, do nível dos melhores do mundo em suas posições. 

Do meio para frente, Neymar é o único. Contra a Argentina, jogaram Militão, Danilo, Paquetá e Gabriel Jesus, todos reservas em seus clubes, além de William entra e sai do time titular do Chelsea.

Desde a época de Dunga, o Brasil ganhava todos os amistosos e perdia os jogos decisivos da Copa do Mundo. Era o campeão mundial de amistosos. Agora, nem isso.

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