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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Brasileiros terão dificuldades contra rivais mais fortes

Os estaduais não são parâmetros para os grandes times do país

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O Corinthians contratou Tiago Nunes para mudar a maneira de jogar, a pedido dos torcedores e com a aprovação da imprensa.

Em pouco tempo, alguns já pedem a cabeça do técnico, a volta de Carille, de Ralf e das duas rígidas linhas de quatro à frente dos zagueiros. No Santos, ocorre quase o contrário. Saiu um técnico bastante ofensivo e entrou um outro Carille, Jesualdo. Também não deu certo, até agora.

Tiago Nunes, técnico do Corinthians, durante treino da equipe no CT do Parque Ecológico - Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Um sistema tático, para funcionar bem, precisa ser bem executado e ter ótimos jogadores. Tiago Nunes e Jesualdo merecem mais crédito. Além disso, a qualidade dos elencos é inferior à de São Paulo, Grêmio e Palmeiras, sem falar no Flamengo.

O Corinthians, assim como Palmeiras, São Paulo e quase todos os times brasileiros —o Flamengo é a exceção—, vive dificuldade parecida, como a de ter apenas dois jogadores para o enorme espaço do meio-campo, já que os zagueiros atuam muito atrás, os atacantes, muito à frente, alguns colados à lateral, e o meia de ligação joga na intermediária do adversário, sem participar da marcação e sem ajudar na saída de bola da defesa.

Uma coisa é o meio-campista que chega ao ataque no momento certo. Outra é o meia ofensivo, quando o time perde a bola, ter de correr para trás, para formar um trio no meio-campo. A distância é enorme. Esse problema seria amenizado se os times pressionassem na frente, para recuperar a bola, mas a única equipe brasileira que faz isso com regularidade é o Flamengo.

Contra fortes adversários, os grandes do Brasil terão muitas dificuldades. Os estaduais são uma ilusão. Até o modesto Guaraní se aproveitou dessa deficiência, ao trocar passes com facilidade na intermediária. Assim saiu a falta e o gol que eliminou o Corinthians da Libertadores.

Após a última vitória do Palmeiras, por 1 a 0, sobre o Guarani, pelo Estadual, Luxemburgo viajou no tempo e, com uma pitada de grandeza, disse que o meio-campo do Palmeiras, formado por Bruno Henrique, Zé Rafael e Raphael Veiga, é semelhante, na maneira de jogar, ao da seleção alemã que goleou o Brasil por 7 a 1, formado por Kroos, Schweinsteiger e Khedira.

São bem diferentes, na qualidade individual e no posicionamento. A Alemanha tinha três meio-campistas, e, no Palmeiras, Veiga atua à frente dos dois volantes.

Nesta quarta-feira, em Madri, veremos um clássico europeu, Real contra Manchester City, dois times que possuem um trio no meio-campo, embora com posicionamentos diferentes.

No Real, Casemiro é um volante centralizado, com Kroos de um lado e Modric (ou Valverde) do outro. No City, há um volante pelo centro (Rodri) e um meia ofensivo de cada lado, perto da área adversária. Isso é possível porque o time inglês pressiona e recupera a bola no outro campo, como faz o Flamengo.

Veremos também dois jogos internacionais e decisivos no Brasil, Flamengo e Independiente Del Valle, pela Recopa Sul-Americana, e Inter e Tolima, pela classificação à fase de grupos da Libertadores.

Espero que o Inter pressione desde o início e chegue com vários jogadores ao gol, como faziam as equipes dirigidas pelo técnico Coudet, antes de ele chegar ao time gaúcho. O Inter é favorito. Para isso, os zagueiros têm também de avançar, para não deixar, nos contra-ataques, muitos espaços entre eles e o meio-campo.

Se o Inter sofrer um gol, terá de fazer dois. Seria um vexame mais um time grande do Brasil ser eliminado na fase da pré-Libertadores, já que o Corinthians está fora. Brasil, acorde e mostre seu talento.

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