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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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O que esperar das decisões da Copa América e da Euro

Futebol tem regras, segredos, acasos e mistérios que vão muito além de nossa presunçosa sabedoria

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Argentina e Colômbia fazem neste domingo (14) a final da Copa América. As duas seleções possuem formações táticas parecidas. Jogam com quatro defensores, três meio-campistas, um meia ofensivo (Messi na Argentina e James Rodríguez na Colômbia), um centroavante e um atacante pelo lado. As duas abrem mão de um ponta para ter mais um jogador no meio-campo. Assim jogam o Real Madrid e outras grandes equipes do futebol mundial.

No Brasil, muitos torcedores, comentaristas e treinadores precisam mudar a antiga referência, o pensamento padronizado de que o meio-campo é dividido entre volantes que marcam e meias ofensivos que atacam. Os trios modernos de meio-campistas marcam, constroem e avançam.

Scaloni, desde a Copa do Mundo, tem alternado o desenho tático da Argentina de acordo com o adversário. Não será surpresa se reforçar a marcação sobre o ponta Luis Díaz.

James Rodríguez e Lionel Messi são meias ofensivos - AFP

James Rodríguez tem atuado bem. É o líder em assistências na Copa América. Porém há um enorme exagero nos elogios ao jogador. Querem brincar, zoar com o São Paulo por ele não ter dado certo no time. Quase todas as assistências ocorreram por meio de cruzamentos de bola parada. Ele cruza muito bem, mas é preciso elogiar também a enorme eficiência dos cabeceadores.

Quando um jogador cruza uma bola parada, é impossível ele saber exatamente o ponto exato em que está o companheiro por causa do grande número de atletas dentro da área. É o companheiro que procura a bola e a cabeceia para o gol. A moda é falar que ele atacou a bola.

Inglaterra e Espanha disputam neste domingo a final da Eurocopa. A Espanha tem jogado melhor, com mais regularidade, mas não vejo favoritismo. A Inglaterra, contra a Holanda, voltou a atuar bem. Além disso, nas vitórias da Espanha sobre seleções mais fortes, como França e Alemanha, não houve uma nítida superioridade. As partidas foram decididas nos detalhes.

A Espanha evoluiu por causa das ótimas atuações dos dois pontas, o garoto Lamine Yamal, que faz neste sábado (13) 17 anos, e Nico Williams. Nas conquistas do Mundial de 2010 e da Eurocopa de 2012, a Espanha, que era uma extensão do magistral time do Barcelona, encantou o mundo. Já nas Copas de 2014, 2018 e 2022, decepcionou porque não tinha bons atacantes, como possui hoje. Não foi porque a equipe trocava muitos passes e não era objetiva que decepcionou, como tanto falaram. As pessoas criam rótulos e repetem por toda a vida como se fossem verdades.

Bellingham e Yamal são armas importantes - AFP

A Espanha deve repetir o desenho tático que usou durante toda a Eurocopa, com quatro defensores, um trio no meio-campo, dois pontas e um centroavante. Os meio-campistas Fabián Ruiz e Olmo avançam e finalizam bem. A Inglaterra, após muitas críticas ao treinador, mudou a maneira de jogar nas duas últimas partidas e passou a atuar com três zagueiros, dois alas, dois meio-campistas, dois meias-atacantes (Foden e Bellingham) e um centroavante (Kane). Pela direita, Saka é ala e ponta, com enorme eficiência.

Contra a Holanda, no meio do segundo tempo, quando o jogo estava empatado por 1 a 1, o que levaria a decisão para prorrogação, o treinador inglês Southgate substituiu as duas estrelas, Foden e Kane. Eu, o mundo e, principalmente, toda a torcida inglesa criticamos o técnico. Os dois que entraram construíram a jogada do gol, um com o passe e o outro com a precisa finalização. De burro, Southgate passou a ser um gênio. Se a Inglaterra jogar mal e perder o título, ele voltará a ser chamado de burro.

O futebol tem regras, segredos, acasos e mistérios que vão muito além de nossas presunçosas sabedorias.

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