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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Tenho admiração pelos perdedores

Mesmo derrotados, levam uma vida digna em um mundo indigno

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Depois do futebol, o esporte que mais gosto de ver é o vôlei. Quando era menino, joguei um torneio de vôlei entre seleções de bairros, promovido pelo Sesc. Era o levantador da equipe. Fomos campeões. Mesmo sendo o maior artilheiro da história do Cruzeiro, o que fazia melhor e o que mais me alegrava era dar passes para gols.

As Olimpíadas são explosões de técnicas e de emoções. As competições despertam, muitas vezes, sentimentos contraditórios. O nadador brasileiro Guilherme Costa, apelidado de Cachorrão, chorou copiosamente depois de não conseguir por fração de segundos uma medalha, mesmo batendo o recorde pan-americano e ultrapassando sua melhor marca nos 400 m livre.

Guilherme Costa, o Cachorrão, chora na final dos 400m livre - Divulgação/COB

Atletas de alto nível costumam ter um sentimento de culpa por não ter feito o melhor. Já a judoca Rafaela Silva aceitou sem lamentações a derrota, mesmo por detalhes.

As Olimpíadas estimulam também nas pessoas e crianças sensações de que elas só serão felizes se forem vencedoras. Nesta busca pelo ouro e pelo sucesso, algumas passam dos limites. Perder seria um grande fracasso. Tenho admiração pelos perdedores, pelos inadaptados ao mundo e pelos marginalizados que, mesmo derrotados, levam uma vida digna em um mundo indigno.

Dizem que a silenciosa sala onde os nadadores ficam concentrados minutos antes de irem para a competição é chamada de sala da morte. Quem perde morre.

A ansiedade está presente em todas as competições. Geralmente ela ajuda o atleta por aumentar a produção de substâncias químicas e a concentração. O atleta fica mais vivo, esperto. Porém, se a tensão é excessiva, ele perde a lucidez e passa a cometer erros. Muitas derrotas acontecem dessa maneira.

Se a seleção brasileira feminina perder nesta quarta (31) para a favorita Espanha, campeã do mundo, corre riscos de ser eliminada na primeira fase.

Na derrota para o Japão por 2 x 1, a seleção apresentou as mesmas deficiências da vitória sobre a Nigéria por 1 x 0. Será um confronto de estilos, parecidos com os do futebol masculino. Enquanto a Espanha gosta de ficar com a bola, trocar passes, ter o comando do jogo e esperar o momento certo de acelerar em direção ao gol, o Brasil usa muito as bolas longas e os lances individuais, como os dois belos passes de Marta nos gols contra a Nigéria e Japão.

O futebol continua no Brasil. Pelo Brasileirão, o Cruzeiro, fora de casa, teve uma bela vitória sobre o líder Botafogo por 3 X 0. O treinador Seabra tem introduzido aos poucos os novos contratados, sem mudar a estratégia. A equipe continua com um trio no meio-campo e outro no ataque. Matheus Pereira, pelo centro, se movimenta por todo o campo abrindo espaços para os dois atacantes pelos lados entrarem pelo meio para finalizar.

Nesta quarta, Flamengo e Palmeiras fazem um clássico no Maracanã, na primeira partida pela Copa do Brasil. O Flamengo com todos os titulares fica bem mais forte. O Palmeiras passa por momentos de instabilidade. Felipe Anderson, recém-contratado, ainda não encontrou o seu lugar. Ele tem atuado pela esquerda, mas joga melhor pelo centro, posição muito bem ocupada por Raphael Veiga.

Dudu ainda não voltou a jogar como antes. Além da longa ausência por contusão, está triste, pouco agressivo, por causa provavelmente dos problemas com a diretoria por ocasião da transferência para o Cruzeiro, que não se concretizou. Além disso, ele parece não se sentir valorizado, mimado pelo treinador Abel Ferreira, que não tem essa característica.

Somos todos narcisistas, uns muito mais, pois precisamos da aprovação do outro.

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