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Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

Sete lobistas para cada indígena na COP28

São quase 2.500, o triplo do que havia na conferência do ano passado

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A COP28, em Dubai, é realmente uma contradição ao momento que estamos vivendo e às medidas reais que precisamos tomar para combater a emergência climática.

A Conferência do Clima bate o recorde de presença de lobistas dos combustíveis fósseis, são quase 2.500 lobistas, três vezes mais que em 2022. São responsáveis por 75% das emissões de gases de efeito estufa, principal causa do aquecimento global. São sete lobistas para cada um indígena presente na conferência.

A falta de vontade política pode condenar o futuro de toda a humanidade. O limite de 1,5°C, que já trará consequências devastadoras para o planeta, só será alcançado se pararmos a exploração e queima dos combustíveis fósseis. A estimativa é que até o final do século o mundo estará 2,8°C mais quente.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em discurso na COP, disse que "não podemos salvar um planeta em chamas com uma mangueira de incêndio de combustíveis fósseis" e fez um chamado aos países: "Imploro aos governos a ajudarem a indústria a fazer a escolha certa; regulamentando, legislando, estabelecendo um preço justo para o carbono, acabando com os subsídios aos combustíveis fósseis e adotando um imposto extraordinário sobre os lucros".

O líder das Nações Unidas faz um chamado não para a diminuição, mas para a eliminação dos combustíveis fósseis, para que assim possamos garantir a sobrevivência da vida humana na Terra.

O presidente Lula, apesar dos belos discursos, ofusca o apelo ambiental e mina a imagem do país ao aceitar o convite para ingressar na Opep+, um bloco de dez nações aliadas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. O presidente da Petrobras afirmou que a empresa será uma das últimas a parar de explorar petróleo. Além disso, o Brasil ainda segue querendo explorar petróleo na Amazônia.

Txai Suruí fala na COP28 - Thomas Mukoya/Reuters


Enquanto isso, o Congresso Nacional continua a atacar a demarcação dos territórios e os direitos dos povos indígenas. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que a posição da bancada ruralista "vai na contramão dos acordos e tratados internacionais de proteção do meio ambiente e de redução dos impactos da emergência climática". A demarcação e a proteção das terras indígenas são uma das soluções para o combate à crise do clima e permanecem paralisadas apesar das promessas de campanha.

"Nos deram com uma mão e tiraram com as duas. É função do presidente e de seus aliados e do centrão, com quem tem acordo, mediar e fazer pressão para a manutenção dos vetos ao PL 2903 e ainda o que se provou inconstitucional, o abominável marco temporal", afirma Avelin Kambiwa.

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