Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Seca histórica na Amazônia

Vivemos um evento extremo causado pela mudança climática

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A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes, se aproxima e, mais uma vez, países do mundo inteiro se reunirão para tratar do maior desafio coletivo e global que a humanidade enfrenta.

A Amazônia sofre a maior seca da história, que trouxe a diminuição dos rios, a morte dos peixes e botos e deixou comunidades inteiras ilhadas. Rondônia e Acre também sofrem os efeitos desse desastre, que não é natural e muito menos inesperado. Vivemos um evento extremo causado pela mudança climática. Ações de mitigação e adaptação são urgentes e têm que ser imperativas.

Embarcação encalhada próximo à Marina do Davi, no rio Negro, em Manaus - Lalo de Almeida/Folhapress

Desde a eleição do presidente Lula, os desafios não têm sido pequenos e estão longe de terem acabado. Há a reconstrução do Ministério do Meio Ambiente com uma crise ambiental instalada. O Ministério dos Povos Indígenas teve que ser construído e estruturado do zero. Temos a situação crítica de terras indígenas, como a da TI Yanomami. O diálogo sobre meio ambiente, povos indígenas e tradicionais com a bancada ruralista ainda é um grande desafio, principalmente com projetos de lei defendidos pela bancada que pretendem acabar com a demarcação dos territórios indígenas e permitir sua exploração, como o PL 2903/23, que retorna para votação no Congresso Nacional após o veto do presidente.

Mas o Brasil voltou a ter protagonismo nas discussões climáticas e ambientais desde o discurso do presidente Lula na COP27, no Egito. Marina Silva conseguiu diminuir o desmatamento na Amazônia em 22%. Lembrando que a taxa de desmatamento é contabilizada de agosto a julho, ou seja, ainda contabilizaram-se alguns meses do governo passado. O diálogo com a sociedade civil que havia acabado no governo passado retornou.

Nesta sexta (17), em São Paulo, a ministra Marina Silva e o ministro Fernando Haddad se reuniram com diversos atores da sociedade civil para discutir o Plano de Transformação Ecológica e a participação do Brasil na Conferência do Clima. O evento foi um primeiro passo para a construção da transformação que precisamos sobre clima no país, pois a transformação só é possível em diálogo com a base, com povos indígenas, comunidades tradicionais e a periferia.

Mas para o plano dar certo o diálogo e participação precisam ser cada vez mais fortalecidos, pois nada que venha de cima para baixo vai funcionar. A demarcação e proteção dos territórios é tema caro para os povos indígenas e é essencial para alcançar o objetivo de desmatamento zero e de um plano de transformação.

Os territórios indígenas são os principais remanescentes de floresta em todo país e as chuvas na Amazônia estão ligadas a 75% do PIB da América do Sul. Não podemos mais fugir dessa conversa.

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