Siga a folha

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

Descrição de chapéu marco temporal indígenas

Uma realidade de muita luta

Os povos indígenas seguem batalhando pela manutenção dos direitos tão duramente conquistados

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Vivemos tempos sombrios para os povos indígenas e para o meio ambiente, no governo passado, o plano era acabar com nossos direitos, tão duramente conquistados, tomar nossas terras, incentivando e até apoiando as invasões às terras indígenas para explorá-las sem pensar na natureza, nas populações ou na vida na terra.

Lutamos bravamente por nossas mulheres, crianças, guerreiros, anciões, florestas, animais e rios. Lutamos contra o fascismo e o genocídio. Vimos os órgãos e legislações ambientais serem enfraquecidos.

Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), em sessão no Congresso Nacional - Zeca Ribeiro - 14.dez.23/Câmara dos Deputados

No entanto, a realidade dos povos indígenas ainda é de muita luta. Nesta semana, uma liderança indígena e pajé do povo Pataxó Hã-hã-hãe foi assassinada e seu irmão, o cacique, foi baleado. A terra indígena Uru Eu Wau Wau continua sob constante pressão e sofre ataque de invasores e associações criminosas de grilagem na área da linha cinco do território. A sede do ICMBio da Reserva Biológica do Guaporé, em Rondônia, foi atacada e incendiada por homens armados. O marco temporal já causa impactos e aumenta a violência no campo gerando tragédias como aconteceu na Bahia, com o povo Pataxó Hã-hã-hãe.

Para a proteção das nossas matas e dessas comunidades, é necessário um real comprometimento do governo com a pauta ambiental e indígena. Parte disso passa pela necessidade do Estado reconhecer a importância da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), criada para servir aos povos indígenas, que sofreu no último governo um processo de enfraquecimento e sucateamento. A autarquia continua enfraquecida e sucateada. Sem orçamento ou pessoal, algumas sedes regionais não têm condições de atender os territórios indígenas. Além da proteção territorial, a Funai tem outras funções para com as comunidades, como apoiar suas iniciativas dentro do território visando a melhor qualidade de vida do povo.

Ano passado, servidores se mobilizaram pelo fortalecimento do órgão indigenista buscando a implementação de um plano de carreira e a realização de concurso público.

"As condições de trabalho extremamente precárias, aliadas à baixa remuneração, à falta de incentivo para qualificação profissional e à falta de compensação a situações de trabalho adversas, em locais remotos ou de difícil acesso, geram um quadro de enfraquecimento crônico da força de trabalho da Funai, com um índice de evasão altíssimo, sobretudo dos servidores recém-concursados", afirmou a servidora Mônica Carneiro.

Neste ano, foi lançado o concurso unificado que contemplará a Funai, mas não resolverá o problema do quadro de pessoal para atender todas as comunidades, incluindo os povos indígenas em isolamento voluntário, que ainda não tiveram contato com os não indígenas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas