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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Oferta menor de arroz deve elevar preço no segundo semestre

Assim como o Brasil, outros países produtores têm redução no volume colhido

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Terminada a safra de arroz e refeitos os cálculos, a produção nacional recuou para 10,5 milhões de toneladas neste ano, abaixo dos 12 milhões de 2018.

O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, foi o responsável por boa parte dessa queda. Os gaúchos colheram 7,5 milhões de toneladas, volume inferior aos 8,6 milhões de 2019.
 
Os números são de Vlamir Brandalizze, da Consulting Brandalizze, de Curitiba. Na avaliação dele, esses números indicam que o segundo semestre será um período de alta de preços.
 
E esse esperado aumento deve-se não apenas à queda de produção no Brasil mas a problemas em vários outros países produtores.

Os vizinhos brasileiros —Paraguai, Argentina e Uruguai—, que tradicionalmente destinam boa parte do arroz que produzem para o Brasil, deverão colher 3,2 milhões de toneladas neste ano, 500 mil menos do que em 2018.
 
A produção na Ásia também poderá ser menor, segundo o analista. O clima está quente e chove pouco naquela região.
 
Já os agricultores dos Estados Unidos, outro importante produtor mundial, não conseguem efetuar o plantio devido ao excesso de umidade no solo e mesmo a enchentes. Um dos estados mais afetados é o Arkansas.
 
A estimativa é que o país produza um volume próximo de 8 milhões de toneladas nesta safra, 2 milhões abaixo do da safra de 2018.
 
Outro agravante para países importadores de arroz são os custos. Em alta, eles ajudam a elevar os preços internacionais.
 
Por ora, o cenário econômico brasileiro favorece as exportações, dificultando as importações. Se o valor do dólar permanecer elevado também no segundo semestre, as compras externas ficarão praticamente inviabilizadas.
 
A valorização da moeda norte-americana, porém, torna o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo, facilitando as exportações.
 
Brandalizze acredita na possibilidade de aumento nos preços internos porque os países do Cone Sul, que costumam exportar para o Brasil no segundo semestre, já estão negociando com outros mercados. Os paraguaios exportam para os árabes, enquanto uruguaios e argentinos colocam parte de seu produto na Europa.
 
O analista não descarta a influência do arroz na inflação no próximo semestre, mas não prevê redução de demanda. Apesar do aumento de preço, o valor do cereal continuará reduzido em relação a outros alimentos, principalmente quando se trata das carnes, afirma ele.

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