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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Um ano para ser lembrado no setor de carnes da América do Sul

Países da região atingem patamares recordes na produção e na exportação, principalmente para a Ásia

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O setor de carnes da América do Sul está em festa. Dados ainda provisórios, divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que a produção de carnes chegou ao recorde de 19,3 milhões de toneladas de janeiro a setembro no país.

A Argentina voltou aos velhos tempos, e os abates deste ano já retornam aos patamares de há uma década, antes da séria crise vivida pelo setor.

O Uruguai, apesar das limitações de espaço, também avança na produção e no mercado externo.

No Brasil, a produção de carnes evolui mais nos setores de suinocultura e de bovinocultura. A indústria de suínos colocou 3,1 milhões de toneladas de carne no mercado, enquanto a de bovinos encerra o período de nove meses do ano com 6,1 milhões.

A produção de carne de frango, a mais expressiva no Brasil, sobe para 10,2 milhões de toneladas, mas com pouca evolução em relação ao volume de igual período do ano passado. Os dados são em toneladas equivalentes a carcaça.

Rebanho no Paraná; bom desempenho na América do Sul se deve à demanda externa - Cleverson Beje/FAEP

O bom desempenho da produção das carnes na América do Sul se deve à demanda externa, vinda principalmente de países da Ásia, do Oriente Médio e do Leste Europeu.

O destaque maior entre os importadores, porém, é China. A produção interna de carne suína deste país caiu drasticamente, devido à peste africana suína, e o governo chinês está habilitando vários frigoríficos da região da América do Sul para a exportação.

O Brasil já colocou 1,5 milhão de toneladas de carne bovina no mercado externo até outubro, segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), e a China ficou com 28% desse produto.

A Argentina exportou 660 mil toneladas, com aumento de 48% neste ano. Os chineses compraram 73% do produto, segundo o IPCVA (Instituto de Promoção da Carne Bovina na Argentina).

A China tem presença garantida também no Uruguai, que comercializou 392 mil toneladas de carne bovina, destinando 65% da proteína para os chineses, conforme dados do Inac (Instituto Nacional de Carnes).

Os brasileiros ganharam muito espaço também nas exportações de carne suína. Só a China aumentou em 40% as compras no Brasil nos dez primeiros meses deste ano.

O país asiático adquiriu também um volume 22% maior de carne de frango do Brasil, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Os uruguaios elevaram não só as as vendas de carne bovina, mas também a ovina, principalmente para os chineses, que ficaram com 88% dessa proteína.

Será uma ano de recordes para os países da América do Sul não só na produção como também nas exportações. A demanda externa compensa o baixo consumo dos países da região, afetada pelo desempenho fraco das economias sul-americanas.

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