A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.
Preço da carne bovina exportada cai após renegociação de contratos com a China
No início do ano, a tonelada era exportada a US$ 5.200; valor está em US$ 4.957
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Nem todos as empresas tiveram de renegociar os contratos de carne bovina com a China, mas os preços da proteína já caem. No início do ano, a tonelada de carne bovina “in natura” era exportada, em média, a US$ 5.200. Nesta semana, os valores estão em US$ 4.957, segundo a Secex.
Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), diz que esse acerto é normal e era esperado. Após o Ano-Novo chinês, as vendas de carne do Brasil para a China continuarão, mas com um ajuste.
Mesmo com a queda atual, o preço da carne brasileira continua com alta de 32% em relação ao de há um ano.
Para o presidente da Abiec, o Brasil pode destinar até 30% do gado abatido para a China. Se houver um recuo das importações chinesas, a carne irá para outros mercados.
Além da demanda da própria Ásia, os exportadores apostam no mercado americano, uma vez que a avaliação técnica feita pelos Estados Unidos neste mês foi favorável ao Brasil.
Após as pendências de contratos, os brasileiros aguardam um novo evento na China: o coronavírus. Nota técnica do Ministério da Agricultura afirma que comumente os coronavírus causam infecção também em animais, mas as investigações ainda estão em andamento para a identificação das espécies e seus efeitos.
O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária alerta para a necessidade de monitoramento da situação, prevenção e redução de risco de transmissão de doenças emergentes de animais e produtos de origem animal para humanos.
O departamento governamental afirma, porém, que nenhum evento específico foi relatado em nenhuma espécie até o momento.
Para Camardelli, ainda é cedo para uma avaliação de eventuais efeitos desse vírus no mercado internacional de carnes.
PRIMEIRO DEGRAU
A nutrição vegetal começa a ganhar corpo na agricultura brasileira. É um setor que exige muita tecnologia, e os investimentos estão chegando. “Estamos no primeiro degrau da escada, mas o setor está amadurecendo e se organizando”, diz Gustavo Vasques, presidente para a América do Sul da Compass Minerals.
Há um grande interesse no mundo pela nutrição vegetal, tanto para o desenvolvimento das plantas como para a utilização dos adubos no solo. Na avaliação de Vasques, é um setor que tem um bom potencial de crescimento.
O objetivo da nutrição vegetal é fazer mais com menos, segundo o presidente da Compass. Em algum momento a soja vai ser adquirida mais pelo teor de proteína do que pelo volume, e o processo de produção será muito importante, diz ele.
E os novos métodos de manejo, levando em conta a planta, o solo e o ambiente, vão dar mais eficiência ao sistema agrícola.
Novos caminhos Uma muda encapsulada, pronta para ser plantada, exatamente como se faz nas culturas de cereais, pode ser o novo caminho do plantio de cana-de-açúcar no Brasil.
Em escala Utilizando essa nova tecnologia da Syngenta, a usina Adecoagro, de Ivinhema (MS), inicia o plantio em escala comercial. Outros 25 grupos do setor vão testar esse novo sistema.
Mais enxuto Segundo a Syngenta, essa tecnologia simplifica as etapas da produção, tornando o processo mais enxuto. Os gastos com investimento e operação chegam a ser reduzidos em 90%, destaca a empresa.
Ritmo menor As exportações de milho começam em ritmo bem mais lento do que em 2019. Nas quatro primeiras semanas deste mês, foi exportado 1,95 milhão de toneladas, 35% menos do que em janeiro de 2019.
Acomodação Os preços da carne bovina, após a disparada de 2019, recuaram 5% nas últimas quatro semanas, segundo a Fipe.
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