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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Exportações de soja atingem recorde de 16,3 milhões de toneladas em abril

Graças aos chineses, Brasil exportou volume inédito

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Os que querem tirar a China da parada nas exportações brasileiras devem ter ficado frustrados com os dados do mês passado. Graças aos chineses, o Brasil exportou o volume recorde de 16,3 milhões de toneladas de soja em abril, um volume até então pouco esperado para um único mês.

O recorde anterior havia sido de 12,4 milhões de toneladas em maio de 2018, um ano em que China e Estados Unidos se confrontavam em uma guerra comercial. Naquele ano, os chineses levaram toda soja que conseguiram comprar no Brasil: 83 milhões de toneladas de janeiro a dezembro, deixando no país US$ 33 bilhões, só com a compra da oleaginosa.

Neste ano, mesmo com o coronavírus e a aprovação das negociações da fase 1 entre China e Estados Unidos, as exportações brasileiras atingiram o recorde de 34,2 milhões de toneladas, apenas de janeiro a abril. As receitas somam US$ 11,7 bilhões.

Os dados superam em muito os recordes anteriores. O maior volume no quadrimestre tinha ocorrido em 2019, quando as exportações somaram 25,2 milhões de toneladas. Já as maiores receitas nos quatro primeiros meses do ano haviam sido atingidas em 2017, quando somaram US$ 9,3 bilhões.

O acirramento das relações entre China e Estados Unidos poderá deixar o Brasil novamente com estoques baixos de soja, exatamente em um ano de aumento de mistura de biodiesel no diesel. O consumo interno, no entanto, ainda é bem incerto, uma vez que o uso de combustíveis está em queda. A produção de carne também poderá recuar, devido aos efeitos da Covid-19 na renda do consumidor.

O recorde de exportações do mês passado ocorreu devido a atrasos nos embarques de março, provocado por colheita tardia e chuva no porto.

A produção brasileira de soja da safra 2019/20 cresce, em relação à anterior. No cálculo da Conab, serão 122,1 milhões de toneladas; no da AgRural, 123,8 milhões, e no da INTL FCStone, 120,6 milhões.Para a Conab, a safra 2018/19 ficou em 115 milhões de toneladas.

Segundo relatório do Itaú BBA, a soja obteve preços nominais recordes nesta semana, atingindo R$ 110 no porto. Os analistas do banco acreditam que, mesmo com quedas nas safras da Argentina e do Rio Grande do Sul, o país ainda termina o período com bons estoques, do ponto de vista histórico.

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