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Novo comandante da PM toma posse em SP e pede reflexão sobre mortes

Cerimônia teve presença de ministro do STF e de deputados da 'bancada da bala'

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Coronel Marcelo Vieira Salles, novo comandante da PM paulista, na cerimônia de posse - Danilo Verpa/ Folhapress
 

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Luís Adorno
São Paulo | UOL

Nomeado novo comandante da Polícia Militar de São Paulo no último dia 26 de abril, o coronel Marcelo Vieira Salles, 51, foi empossado nesta sexta-feira (4) numa cerimônia realizada na academia Barro Branco, zona norte da capital paulista. Amigo do governador Márcio França (PSB), ele é visto como defensor dos direitos humanos.

A cerimônia contou com a presença de França, do secretário da Segurança, Mágino Filho, do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, do prefeito Bruno Covas (PSDB) e de deputados estaduais e federais da chamada “bancada da bala”.

Segundo o novo comandante, a violência policial impõe a necessidade de uma reflexão maior sobre o treinamento. “Seja no preparo da nossa tropa, seja na atenção com a prevenção primária”, afirmou. No primeiro trimestre deste ano, houve redução de 17% na letalidade policial paulista. 

Salles também lamentou as mortes de PMs no Estado. Nos três primeiros meses deste ano, houve alta de 88% no número de policiais militares mortos: passou de nove, ano passado, para 17, neste ano.
 
“Devemos reiterar as instruções no tocante ao comportamento na hora de folga. Muitas vezes, ele [policial] age em razão da função, do juramento que a gente faz de atuar com o sacrifício da própria vida. Essa postura voluntária do policial de querer prender leva a isso”, afirmou.

Apesar disso, o comandante afirma que se sente seguro em São Paulo. “Por conta da qualidade das nossas polícias, instituições sérias, com grades curriculares que trabalham pela legalidade, direitos humanos e defesa da população”, afirmou. 

No último balanço divulgado pelo estado, em 25 de abril, os índices de estupros cresceram, e os demais apresentaram queda.

REAJUSTE

Pedido constante das entidades de classe das polícias Militar e Civil, Salles afirmou entender “que a PM precisa de reajuste”. “Mesmo índice para todos: reserva, cabos, soldados. Precisa de reconstrução salarial”, afirmou. No entanto, ponderou que entende a crise financeira pela qual passa o estado.

Durante o evento, o secretário Mágino Filho afirmou que a melhor característica de Salles é o trato com as pessoas. “Nunca vi uma cerimônia de posse tão cheia quanto esta hoje”, afirmou. Segundo ele, a escolha “não poderia ter sido mais feliz”.

Em seu discurso de posse, o novo comandante chorou ao elogiar o pai, o subtenente Nelson de Almeida Salles, e sua família. “Minha maior referência de pai, homem público e brasileiro”, disse.

POUPAR A PM

Enquanto elogiava os policiais militares e anunciava a nomeação de médicos para o hospital da PM paulista, o governador Márcio França criticou a imprensa e apontou como as coberturas jornalísticas deveriam ser feitas.

“Gostaria que todas as pessoas e a imprensa, de maneira especial, pudessem respeitar esse trabalho, pudesse poupar esses homens, pudessem deixar esses homens para aquilo que são mais treinados: garantir a segurança pública. Essa é a principal tarefa dos senhores”, afirmou.

Apesar de a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes ter informado inicialmente que França atenderia a imprensa, ele deixou o local sem falar com os jornalistas.

O comandante Salles avaliou que a posição de França foi de indicar que, apesar da queda nos índices de crimes no estado, a imprensa, na sua avaliação, destacar apenas os índices negativos. “Sem a imprensa, não há democracia. Às vezes, é a base de nossas investigações. Por vezes, a notícia do problema vem pela imprensa”, disse.
 

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