Em Santa Catarina, praias queridinhas dos turistas pioram de qualidade
Levantamento da Folha sobre qualidade da água aponta problemas em locais como Jurerê Internacional e Joaquina
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Destino anual de milhares de turistas brasileiros e estrangeiros, as praias catarinenses pioraram em 2018: o número de praias boas (avaliadas como próprias em 100% do tempo) caiu de 80 para 61, com trechos impróprios especialmente durante o verão.
Só em Florianópolis, onde cerca de 30% dos turistas são estrangeiros, 17 trechos que eram classificados como bons passaram a ruins ou regulares, como Jurerê Internacional, Ingleses, Daniela e Joaquina.
“Qualquer município costeiro no Brasil se vende pela beleza das praias; é o seu cartão-postal. Só que essas praias, hoje, estão em risco”, diz o oceanógrafo e geógrafo Marcus Polette, professor da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).
Boa parte dos problemas de balneabilidade ocorreu durante o verão, marcado pela sazonalidade de turistas —mais acentuada em Santa Catarina do que em outras regiões do país, como o Nordeste, que recebe grande fluxo de banhistas durante o ano todo.
Alguns municípios do estado veem a população triplicar.
O período também é marcado pela concentração de chuvas, que lavam o lençol freático e levam detritos e esgoto para os rios e para o mar.
Em Canasvieiras, que concentra turistas argentinos, 5 dos 8 trechos monitorados pioraram em relação a 2017.
No meio da praia, deságua o rio do Braz, que, durante a temporada, extravasou em direção ao mar, escurecendo as águas e chamando a atenção de banhistas.
A Prefeitura de Florianópolis informou que tem atuado para coibir ligações clandestinas de esgoto, em especial no norte da ilha.
O município fez ainda nesta temporada uma blitz em Canasvieiras, para verificar as ligações de esgoto em residências e hotéis, e também tem um projeto para despoluir o rio do Braz.
O Governo de Santa Catarina argumenta que vários fatores influenciam na balneabilidade, como chuvas, marés e densidade populacional, e que, “assim como houve uma diminuição de pontos próprios, no próximo ano pode ocorrer uma inversão de valores”, segundo o IMA (Instituto do Meio Ambiente) do estado.
O órgão ainda reforça que a balneabilidade é monitorada apenas em pontos sensíveis a problemas, e que, quando um trecho está impróprio para banho, não significa que toda a praia esteja.
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