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São Paulo tem três surtos de toxoplasmose desde março

Investigação da vigilância identificou 45 casos de provável transmissão alimentar

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São Paulo

​A cidade de São Paulo teve três surtos de toxoplasmose desde março, segundo avaliação preliminar da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) do município. O órgão, ligado à secretaria de saúde, identificou cerca de 45 casos em bairros de diferentes regiões do município por “provável transmissão alimentar, envolvendo restaurantes e buffets”.

“A Vigilância em Saúde está realizando investigação com objetivo de identificar, monitorar e verificar a magnitude dos casos, bem como as situações de risco —fontes de alimento ou água contaminados— que possam estar contribuindo para o aparecimento destes casos”, afirmou a secretaria, por meio de nota.

Segundo a pasta, as normas da Vigilância em Saúde não permitem a divulgação dos nomes dos estabelecimentos. A Covisa investiga também fornecedores de alimentos em comum aos restaurantes. ​

Em março, a coordenadoria recomendou a notificação de casos agudos, “como forma de conhecer a magnitude das ocorrências”. Normalmente, apenas casos de gestantes e congênitos são de notificação compulsória.

Nesta semana, mensagens viralizaram nas redes sociais sobre pessoas que teriam sido infectadas na região de Pinheiros (zona oeste). 

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, que pode estar em fezes de gatos e outros felinos e água e alimentos contaminados. Também pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação (congênita).

Toxoplasma gondii, que causa a toxoplasmose - Ke Hu and John M. Murray


Infectologistas consultados pela Folha confirmam que houve uma maior procura de pacientes com a doença na cidade. “Percebemos um crescimento de casos agudos, com febre e aumento de gânglios”, afirma o médico José Angelo Lauletta Lindoso, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Para ele, os três surtos são preocupantes. “Esse número é o que foi notificado, mas a probabilidade é que sejam muito mais casos, ainda sem diagnóstico. Isso pode se espalhar e virar uma epidemia”, diz.

O infectologista e professor da Medicina na USP Esper Kallás também notou o aumento. De acordo com o médico, nem sempre é possível comprovar a origem de um surto de toxoplasmose. “Pode ser uma fonte de água, por exemplo. É preciso investigar”.

Kallás afirma, entretanto, que surtos de toxoplasmose “acontecem com relativa frequência”. “Tenho impressão de que são mais comuns do que imaginamos. O toxoplasma é um parasita extremamente eficaz. Se estima que um terço da população mundial já tenha tido a doença”.

 

Na maioria dos casos, as pessoas infectadas não apresentam sintomas. Em gestantes, entretanto, a doença é mais grave e precisa ser tratada, porque pode provocar aborto ou gerar má-formação fetal.

Quando aparecem, os sintomas podem ser similares ao de uma gripe, o que dificulta o diagnóstico. O paciente pode ter febre, dores musculares, dor de cabeça e nas articulações, aumento dos gânglios, entre outros.

Como prevenção, especialistas afirmam que é importante reforçar hábitos de higiene e segurança alimentar. Kallás diz que uma opção é dar preferência a carnes congeladas, já que o processo mata o parasita. Além disso, é recomendável evitar comer carnes cruas ou mal passadas e lavar bem frutas, legumes e verduras.

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