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Descrição de chapéu Obituário Magno Jorge Ferreira (1947 - 2019)

Mortes: Uniu amigos e denunciou em fotos destruição da Amazônia

Fotógrafo Magno Jorge Ferreira morreu aos 71 anos

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São Paulo

Magno Jorge não tinha limites para conseguir a foto perfeita que estamparia a primeira página dos jornais em que trabalhou ao longo dos últimos 40 anos.

Certa vez, foi mantido em cárcere privado por índios numa aldeia inóspita do Araguaia. Enfrentou atoleiros para mostrar, já no início dos anos 1980, o avanço da grilagem de terras na Amazônia.

Numa dessas incursões pela floresta, levou consigo um filhote de jaguatirica devidamente instalado no corredor de um ônibus até Cuiabá (MT). 

A presença do felino causou pânico entre os passageiros e virou uma lendária história de boteco contada pelo seu “parça” de aventuras, Lúcio Tadeu (1960-2001), jornalista que fez escola por humanizar narrativas difíceis, como conflitos agrários.

O fotógrafo Magno Jorge - Mary Juruna/Folhapress

Nascido em Matipó (MG), percorreu o Brasil até fincar morada na capital mato-grossense no final dos anos 1970. O amigo e também fotógrafo Mario Hashimoto, 61, conta que Magno era inquieto. 

Sempre preocupado com os seus, ajudou a criar uma cooperativa para jornalistas. A ideia do grupo era unir a classe, fazer coro contra a ditadura militar (1964-1985) e espalhar informações sobre trabalhos temporários.

Boêmio, violeiro e compositor, animava os encontros da cooperativa, frequentada por artistas e políticos, como Dante de Oliveira (1952-2006) que, anos depois, viraria governador de Mato Grosso.

No final da vida, foi amparado por amigos no mesmo sistema que criou: uma cooperativa. Seus 30 participantes, incluindo a irmã, Maria Augusta, custearam o tratamento de Magno contra um câncer de laringe.

Já debilitado e quase sem falar, fechou os olhos aos 71 anos no dia 5 deste mês. Deixou quatro irmãos, três filhos e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br
 
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